Publicar artigo

Bruno Henrique, do Flamengo, é suspenso por 12 jogos por manipulação de apostas

Da Redação Por Da Redação
4 de setembro de 2025
no Manchetes
0
Bruno Henrique, do Flamengo, é suspenso por 12 jogos por manipulação de apostas

Da redação

A Primeira Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD) puniu nesta quinta-feira (4) o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, com 12 jogos de suspensão e multa de R$ 60 mil por atuar contra a ética esportiva com o fim de influenciar o resultado de uma partida. O julgamento, decidido por maioria dos votos, teve como base as investigações da Polícia Federal sobre manipulação de apostas esportivas na partida entre Flamengo e Santos, válida pelo Campeonato Brasileiro de 2023.

LEIA TAMBÉM

Muitos governadores, hino no acordeon e aplausos para Moraes: detalhes da posse dos ministros do STJ

Rui Falcão aciona Tarcísio de Freitas no STF por obstrução de justiça

Além do jogador do Flamengo, outros quatro investigados também foram punidos: seu irmão Wander Nunes Pinto Junior recebeu 12 jogos de suspensão, enquanto os amigos Claudinei Vitor Mosquete Bassan foi suspenso por sete jogos e Andryl Sales Nascimento dos Reis e Douglas Ribeiro Pina Barcelos foram punidos com seis partidas de suspensão cada. A decisão cabe recurso ao Pleno do STJD, e o clube rubro-negro já manifestou apoio ao atleta durante o julgamento.

Investigação da PF comprova esquema de apostas

As punições são resultado do inquérito 107/2025, que investigou Bruno Henrique por forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores durante a partida entre Flamengo e Santos. Inicialmente, havia apenas indícios de correlação entre anormalidades detectadas no mercado de apostas e o cartão amarelo recebido pelo jogador, mas o cenário mudou completamente após a conclusão das investigações pela Polícia Federal.

O delegado Daniel Cola, coordenador geral de repressão à corrupção da PF, detalhou durante o julgamento como a investigação se desenvolveu. “A PF recebeu através da unidade de integridade da CBF um relatório que apontava suspeita de manipulação no mercado secundário de apostas”, explicou. Segundo o delegado, foram identificadas quatro situações suspeitas: concentração esmagadora de apostas de que Bruno Henrique receberia cartão, contas criadas imediatamente antes das apostas, clientes inativos que fizeram apostas incomuns, e a origem geográfica das apostas concentrada em Belo Horizonte, cidade natal do jogador.

A Polícia Federal identificou dois grupos de apostadores: familiares do atleta e atletas amadores conectados pelas redes sociais. Foram registradas 19 apostas no total, sendo 14 inicialmente identificadas e mais cinco posteriormente. “Só não foram feitas mais devido às casas de apostas terem suspendido as contas”, afirmou o delegado, acrescentando que existem diálogos entre Wander e a mãe pedindo dados para criar uma terceira conta.

Relator condena por violação à ética esportiva

O relator do caso, auditor Alcino Guedes, foi claro em sua decisão ao absolver Bruno Henrique da acusação de prejudicar deliberadamente sua equipe (artigo 243 do CBJD), mas o condenou por atuar de modo a influenciar o resultado da partida (artigo 243-A). “Não enxergo na conduta do denunciado Bruno Henrique a presença de atuar deliberadamente de modo a prejudicar sua equipe”, declarou Guedes.

No entanto, o relator foi categórico ao analisar as conversas registradas entre Bruno Henrique e seu irmão Wander. “Diante do acervo probatório trazido aos autos, entendo que sua atuação viola a ética esportiva e poderia, em tese, influenciar no resultado da partida”, justificou. Guedes enfatizou que para a configuração da infração não é necessário que o resultado da partida seja efetivamente alterado, bastando apenas a intenção.

A pena aplicada foi a mínima prevista – 12 partidas e multa de R$ 60 mil – considerando que houve “uma atitude que viola a ética desportiva em menor proporção”, mas com “participação fundamental que permitiu o Wander ser o articulador das apostas suspeitas”. Os auditores William Figueiredo, Carolina Ramos e o presidente Marcelo Rocha acompanharam integralmente o voto do relator.

Defesa alega inocência e Flamengo apoia jogador

Durante o julgamento, Bruno Henrique participou por videoconferência e reafirmou sua inocência. “Confio na Justiça Desportiva e gostaria de reafirmar minha inocência. Jamais cometi as infrações que estou sendo acusado”, declarou o atacante. O jogador demonstrou respeito ao tribunal e confiança em um julgamento justo.

O Flamengo, representado pelo advogado Michel Assef Filho, manifestou apoio total ao atleta. “Se o Flamengo entendesse que o Bruno Henrique tomou qualquer atitude para prejudicar o clube, não estaria aqui. Estamos aqui porque entendemos que não houve qualquer infração”, afirmou o representante legal do clube.

A defesa de Bruno Henrique, comandada pelo advogado Alexandre Vitorino, destacou momentos das conversas que, segundo a defesa, demonstram a inocência do jogador. “O ponto que redime qualquer espécie de suspeita sobre Bruno, ele simplesmente repreende o irmão quando ele sugere que deveria receber informação privilegiada. Ele diz: ‘Tá de brincadeira, né?'”, argumentou Vitorino, acrescentando que quando Bruno percebeu que não era brincadeira, deu uma bronca no irmão.

Irmão recebe pena máxima reduzida pela metade

Wander Nunes Pinto Junior, irmão de Bruno Henrique, foi considerado pelo relator como “o mentor, coordenador, articulador que envolveu os demais denunciados”. Por sua conduta mais grave e extensa, recebeu inicialmente a pena máxima de 24 partidas de suspensão, mas teve a punição reduzida pela metade por se tratar de atleta não profissional, resultando em 12 jogos de suspensão.

O advogado Felipe Prates, que defendeu Wander, argumentou que seu cliente não tinha condições de “tirar o evento esportivo da sua rota natural”, tentando demonstrar que não houve efetiva participação na suposta manipulação. No entanto, as provas coletadas pela Polícia Federal demonstraram que Wander foi o principal articulador do esquema.

Os demais punidos – Claudinei Vitor Mosquete Bassan (7 jogos), Andryl Sales Nascimento dos Reis e Douglas Ribeiro Pina Barcelos (6 jogos cada) – foram considerados como tendo operado contra a ética ao ter conhecimento antecipado da aplicação do cartão amarelo para fins de ganhos em apostas.

Precedente histórico no futebol brasileiro

A decisão do STJD representa um marco no combate à manipulação de resultados no futebol brasileiro. A punição de um jogador de alto nível, atuando por um dos maiores clubes do país, demonstra que a Justiça Desportiva está disposta a aplicar as penalidades previstas independentemente do status do atleta ou da instituição envolvida.

O relator determinou ainda que seja enviado ofício à CBF comunicando a decisão para fins de “internacionalização das penas”, ou seja, para que a punição seja reconhecida internacionalmente. Isso significa que Bruno Henrique não poderá atuar por qualquer clube, mesmo no exterior, durante o período de suspensão. A decisão cabe recurso ao Pleno do STJD, instância superior que poderá confirmar, modificar ou anular as punições aplicadas.

Autor

  • Da Redação
    Da Redação

Post Views: 72
Tags: Bruno Henriquecartão amareloFlamengomanipulação de apostasPolícia FederalSTJDsuspensão

Relacionados Posts

Muitos governadores, hino no acordeon e aplausos para Moraes: detalhes da posse dos ministros do STJ
Head

Muitos governadores, hino no acordeon e aplausos para Moraes: detalhes da posse dos ministros do STJ

4 de setembro de 2025
Rui Falcão aciona Tarcísio de Freitas no STF por  obstrução de justiça
Congresso Nacional

Rui Falcão aciona Tarcísio de Freitas no STF por obstrução de justiça

4 de setembro de 2025
Karina Zucoloto analisa os temas em debate no STF
Manchetes

Pedido de vista suspende julgamento sobre confisco de bens em acordos firmados na Lava Jato

4 de setembro de 2025
O ministro Alexandre de Moraes e o ex-assessor Tagliaferro
Manchetes

Moraes nega obtenção irregular de dados e gravações denunciada por ex-assessor

4 de setembro de 2025
TST determina indenização para vigilante ferido em curso de defesa pessoal
Manchetes

TST determina indenização para vigilante ferido em curso de defesa pessoal

4 de setembro de 2025
TJSP e bancos criam projeto para agilizar conflitos bancários
Manchetes

TJSP e bancos criam projeto para agilizar conflitos bancários

4 de setembro de 2025
Próximo Post
Rui Falcão aciona Tarcísio de Freitas no STF por  obstrução de justiça

Rui Falcão aciona Tarcísio de Freitas no STF por obstrução de justiça

NOTÍCIAS POPULARES

Sem conteúdo disponível

ESCOLHIDAS PELO EDITOR

Fazenda Jurema, cuja reintegração de posse foi suspensa pelo Ministro Facchin (STF)

STF suspende reintegração que afetaria 2 mil pessoas no Maranhão

13 de maio de 2025
Base Aérea de Campo Grande, onde ocorreu o episódio de assédio

Justiça Militar aplica protocolo de gênero em caso de assédio a tenente

15 de maio de 2025
PF faz operação contra esquema de desvio de emendas

PF faz operação contra esquema de desvio de emendas

10 de dezembro de 2024
A foto mostra o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado e o tenente-coronel Mauro Cid. Os dois homens brancos e usam ternos escuros.

PF prende ex- ministro Gilson Machado e Mauro Cid tem novo pedido de prisão revogado 

13 de junho de 2025
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
  • Quem somos
  • Equipe
  • Política de Respeito à Privacidade
  • Fale Conosco
  • Artigos
  • Quem somos
  • Equipe
  • Política de Respeito à Privacidade
  • Fale Conosco
  • Artigos

Hora Jurídica Serviços de Informação e Tecnologia Ltda. – CNPJ 58.084.027/0001-90, sediado no Setor Hoteleiro Norte, Quadra 1, lote “A”, sala 220- Ed. Lê Quartier, CEP:70.077-000 – Asa Norte – Brasília-DF

Contato: 61 99173-8893

© 2025 Todos direitos reservados | HJUR Hora Jurídica

Maximum file size: 2 MB
Publicar artigo
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
Sem Resultados
Ver todos os Resultados
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos

© 2025 Todos direitos reservados | HJUR Hora Jurídica