Agentes da Polícia Federal deflagraram, nesta quinta-feira (13/02), no Distrito Federal e no Rio Grande do Sul, operação que investiga desvios de recursos públicos e corrupção ativa e passiva por meio da destinação de emendas parlamentares. Na operação, autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, os agentes cumprem 13 mandados de busca em Brasília e em cinco cidades gaúchas: Estrela, Rosário do Sul, Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires e Lajeado.
Intitulada EmendaFest, a operação apura denúncias de que um grupo negociou propina de 6% do valor de emendas para a liberação das verbas aprovadas pelo Congresso com destinação para serviços e melhorias no Hospital Ana Nery, localizado em Santa Cruz do Sul (RS).
Um dos alvos é Lino Rogerio, secretario parlamentar do deputado federal Afonso Antunes da Motta (PDT-RS).
“A investigagao teve inicio apos a descoberta fortuita de conversas extraidas do celular do lobista Cliver Fiegenbaum’, na qual um de seus interlocutores, o secretario parlamentar Lino Rogerio, sugere o envio de emendas, pelo Deputado Federal Afonso Antunes da Motta, em favor daquela unidade hospitalar, mediante o pagamento de vantagem indevida”, diz um trecho do parecer da Procuradoria-Geral da República que respaldou a operação.
Em nota, o deputado Afonso Motta afirmou que “nem ele nem o gabinete foram alvos da operação da PF”. Ele diz que “foi surpreendido e que está buscando acesso aos autos, para entender o que é investigado e se posicionar”.
As ações desta quinta-feira (13.02) fazem parte das investigações sobre irregularidades no uso de verbas destas emendas, que integram processo em tramitação no STF. Segundo as informações liberadas pela PF, além dos mandados, a Justiça determinou o afastamento do cargo e das funções públicas de alguns dos investigados, bem como o bloqueio de valores de contas de pessoas físicas e jurídicas.
Até as 8h20 já foram encontrados R$ 160 mil em dinheiro vivo nas casas inspecionadas pelos agentes. Numa das residências, também foram encontrados aparelhos celulares no forro do teto. Os policiais procuram se os investigados têm em suas residências uma espécie de “contrato de propina”, documento encontrado por eles durante as primeiras apurações sobre o esquema criminoso.