Hoje é um dia especial para todos os habitantes das cidades que terão segundo turno nas eleições deste ano, mas as atenções estão voltadas para São Paulo. Com 11,9 milhões de habitantes, a cidade mais populosa do Brasil e da América Latina tem 9,3 milhões aptos a ir às urnas e votar no candidato a prefeito que desejam, mas muitos deixarão de votar. E já está claro, de acordo com as pesquisas mais recentes, que o percentual de abstenção será um fator decisivo neste pleito.
Na pesquisa Datafolha, divulgada neste sábado, o candidato Ricardo Nunes aparece com 57% dos votos válidos e o candidato Guilherme Boulos com 43%. No encerramento do horário eleitoral gratuito nas rádios e TVs, realizado na sexta-feira (25/10), os candidatos adotaram suas últimas estratégias para amealhar votos. Ricardo Nunes agradeceu a população, destacou a família e sua origem na periferia, criticou ataques do adversário e o chamou de mentiroso.
A propaganda de Guilherme Boulos mostrou projetos diversos como o Poupatempo da Saúde, a criação de novos Centros Educacionais Unificados (CEUs), além de projetos da candidata Tabata Amaral (PSB), como pontos importantes a serem implantados no seu governo, caso seja eleito. Boulos também repetiu denúncias contra a atual gestão, principalmente em contratos e obras emergenciais.
De acordo com as estatísticas do Tribunal Superior Eleitoral, na cidade de São Paulo o número de eleitores teve crescimento de 3,74% desde a última votação para prefeito, em 2020. Ao todo, 335.757 pessoas na cidade ou transferiram títulos de outros locais para lá ou tiraram título de eleitor pela primeira vez, a tempo de participar das votações deste ano — o que fez da capital paulista a 19ª do país em termos de crescimento do eleitorado.
Conforme a avaliação dos técnicos da Justiça eleitoral, o aumento do número de eleitores pode estar relacionado a pessoas que se mudaram para a cidade nos últimos anos, como também aos jovens que estão votando este ano pela primeira vez.
Perfil dos eleitores
Quanto ao perfil de quem pode ir às urnas, São Paulo repete o padrão nacional observado nas eleições deste ano, com grande presença de mulheres. As mulheres são 54,05% do eleitorado. Ao todo, estão aptas para votar, 5.039.063 mulheres, ante 4.277.258 eleitores homens.
Em relação aos jovens, a capital paulista tem 10,6% do seu total de eleitores com até 24 anos (986.391 deles). Enquanto que o percentual de idosos é de 24,4% do total de eleitores (ou 2.272.082 pessoas). As faixas etárias que concentram a maior parte dos eleitores estão entre 45 e 59 anos (com 2.391.215 pessoas); entre 25 a 34 anos (1.754.459 pessoas); e entre os que têm idade entre 35 a 44 anos (1.918.236 de eleitores).
Na capital paulista, a maior região em número de eleitores é a zona leste, com 3,19 milhões deles. A zona sul concentra o segundo maior contingente, com 3,05 milhões, sendo que 246 mil estão cadastrados na maior zona eleitoral da cidade, a 372ª, em Piraporinha.
Chuva preocupa
Um ponto de atenção para os candidatos e eleitores neste segundo turno em São Paulo está relacionado ao clima. O alerta foi feito em várias outras cidades, mas em São Paulo chama a atenção, em função do tamanho do eleitorado e da previsão meteorológica.
Dados do instituto MetSul Meteorologia preveem fim de semana chuvoso, com muitas nuvens e instabilidade, consequência de uma zona de menor pressão atmosférica, denominada tecnicamente cavado, e que atuará na região Sudeste, com muito potencial na capital paulista.
A situação é preocupante porque é historicamente comprovado o impacto que o tempo tem no dia do pleito. Com chuva, alagamentos e outros transtornos provocados por ventos fortes e outras mudanças climáticas, a população idosa e com menor renda tende a optar por ficar em casa e engrossar o coro dos faltosos, mesmo considerando importante depositar seus votos nas urnas.