Acordo permite indenização a todos os familiares das vítimas de Brumadinho

Hylda Cavalcanti Por Hylda Cavalcanti
30 de abril de 2025
no Manchetes, TST
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Ministros do TST assinando o acordo de Brumadinho

O Tribunal Superior do Trabalho (TST)  homologou nesta quarta-feira (30/04) um acordo que já está sendo chamado de o maior da história da Justiça trabalhista do Brasil, porque envolve a indenização de todas as vítimas do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), ocorrido em 2019. Incluindo os que eram trabalhadores da Vale S/A, os que estavam na área somente de passagem e mesmo assim perderam a vida, moradores da área e até dois nascituros.

A homologação foi formalizada com a participação de vários atores, dentre os quais (além do TST), Ministério Público, Defensoria Pública da União, Tribunal de Justiça de Minas Gerais e outros órgãos envolvidos nas reuniões de conciliação.

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As regras principais firmadas estabelecem que todas as vítimas sejam indenizadas pela Vale, inclusive os que já entraram com ações na Justiça reivindicando algo em relação ao tema e perderam a causa. Essas pessoas podem procurar a Justiça do Trabalho para pedir participação no acordo. 

Também ficou acertado que mesmo quem não participou da ação coletiva movida pela Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem de Brumadinho (Avabrum) — origem da conciliação — e tenha sido afetado pelo episódio possa reivindicar direito aos valores. Para isso, é preciso procurar a Justiça formalizar sua participação no acordo até abril de 2026. 

Valores

O valor das indenizações não foi divulgado como forma de proteger as famílias afetadas pelo desastre e os herdeiros das vítimas, mas conforme representantes do Ministério Público, a negociação envolveu cerca de R$ 300 milhões, em valor já depositado judicialmente pela Vale. O montante médio a ser destinado a cada um, entretanto, depende de cálculos em separado que estão sendo feitos e também da distribuição dos valores conforme o tamanho de herdeiros de cada uma das vítimas.

A conciliação vai encerrar 24 processos individuais, dois processos coletivos e um processo estrutural, mas ainda assim, consiste em uma iniciativa complementar. Significa dizer que outros processos que já foram julgados ou os que tramitam na Justiça em relação a Brumadinho não serão cancelados por conta disso, embora cada caso venha a ser analisado, conforme informou o vice-presidente do TST, ministro Maurício Corrêa Delgado.

As negociações foram conduzidas pelo Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (CEJUSC) do TST, que é coordenado por Delgado. De acordo com o ministro, duraram mais de quatro meses.

O objetivo da conciliação foi assegurar indenizações relativas ao chamado “dano-morte”, que corresponde à compensação pela perda de familiares em decorrência do desastre. Segundo o magistrado, a conciliação representou uma “quebra de paradigma”. “Cumprimos nossa missão de ajudar na promoção da dignidade social das pessoas. O acordo foi fruto de uma verdadeira força-tarefa estrutural. Uma solução coletiva e inclusiva”, explicou. 

Pacificação social

Para o presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, a participação da Justiça trabalhista na iniciativa contribui para algo que venha a constituir uma sociedade de maior atenção para com as pessoas e o planeta. “E também com relação à situação profissional do homem e da vida do homem na sociedade”. 

Corrêa da Veiga enfatizou que a Justiça do Trabalho, na sua atuação, é responsável por toda relação de trabalho, não apenas o contrato de emprego. Motivo pelo qual “permanecerá empenhada na conciliação e na pacificação social”, destacou.

A representante da Avabrum, Nayara Cristina Ferreira, afirmou que  o grande pleito da entidade sempre foi “o reconhecimento das 272 joias que perderam suas vidas”. 

“Não faz sentido só reconhecer os trabalhadores. A comunidade, os turistas que estavam na pousada e os nascituros que estavam na barriga de suas mães também são vítimas. A gente tem uma alegria de ter conquistado mais essa vitória, mas não é algo que vai acalentar nossos corações, porque dinheiro nenhum vai trazer os nossos de volta”, disse. Nayara acrescentou que quer, “que todos os responsáveis pelo derramamento da barragem sejam presos”

O representante da Vale, advogado Humberto Moraes, pediu oficialmente desculpas a todos em nome da empresa e reconheceu o esforço feito pelas famílias das vítimas para que fosse possível o diálogo e as reuniões que levaram à homologação do acordo.

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