Violência contra a mulher

Anuário da Segurança Pública: 2024 teve menos feminicídios, mas mais tentativas

Há 5 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025 revelam um cenário contraditório na violência contra mulheres no Brasil. Enquanto os homicídios de mulheres, incluindo feminicídios, caíram 6,4% em 2024, as tentativas de feminicídio aumentaram 13,6% no mesmo período. Os números mostram a persistência de um problema estrutural que ainda desafia as políticas públicas de proteção.

O levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que 3.700 mulheres foram vítimas de homicídio em 2024, contra 3.937 casos registrados em 2023. A redução de 237 casos representa uma queda na taxa nacional, mas especialistas alertam que outros indicadores sugerem agravamento da violência de gênero.

Feminicídios seguidos de suicídio aumentam 21,6%

Um dos dados mais preocupantes refere-se aos feminicídios seguidos pelo suicídio do autor. Esses casos saltaram de 51 em 2023 para 62 em 2024, representando aumento de 21,6%. O indicador revela a gravidade extrema da violência doméstica, quando o agressor decide eliminar tanto a vítima quanto a si mesmo.

Os feminicídios cometidos contra mulheres que possuíam medida protetiva ativa apresentaram tendência oposta. Os casos caíram de 69 em 2023 para 52 em 2024, redução de 24,6%. O resultado pode indicar maior efetividade das medidas de proteção quando aplicadas corretamente.

Tentativas de feminicídio crescem 13,6%

As tentativas de feminicídio registraram aumento significativo, passando de 7.886 casos em 2023 para 8.957 em 2024. O crescimento de 13,6% preocupa especialistas, pois indica que mais mulheres estão sofrendo ataques que poderiam resultar em morte. São mais de 1.000 tentativas adicionais de homicídio por motivo de gênero.

A lesão corporal doméstica contra mulheres manteve-se praticamente estável, com leve alta de 0,4%. Foram registrados 257.659 casos em 2024, contra 256.584 no ano anterior. Os números refletem a persistência da violência física no ambiente doméstico e familiar.

Dados revelam complexidade do problema

Os indicadores contraditórios evidenciam a complexidade da violência contra mulheres no Brasil. Enquanto alguns tipos de agressão diminuem, outros aumentam, sugerindo possíveis mudanças nos padrões comportamentais dos agressores. A redução nos homicídios pode estar relacionada a melhorias nas políticas de prevenção e resposta rápida.

O aumento nas tentativas de feminicídio, porém, sinaliza que a violência não está diminuindo em intensidade. Pode indicar maior capacidade de intervenção antes que os crimes se consumem, mas também revela que mais mulheres continuam em situação de risco extremo.

A persistência de mais de 257 mil casos de lesão corporal doméstica mostra que a violência cotidiana contra mulheres permanece em patamares elevados. Os dados reforçam a necessidade de políticas integradas que abordem desde a prevenção até o atendimento às vítimas e a responsabilização dos agressores.

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