O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, proibiu a Universidade de Harvard de matricular novos estudantes estrangeiros. A medida, de efeito imediato, também impõe que os alunos internacionais já matriculados se transfiram para outras instituições ou perderão seu status legal no país.
Proibição com efeito imediato
A decisão foi comunicada por meio de uma carta enviada à universidade pela secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem. No documento, ela afirma: “A certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio da Universidade de Harvard é revogada”. Esse é o principal sistema que permite a presença legal de estudantes estrangeiros no país.
Atualmente, estrangeiros representam 27,2% do corpo discente da instituição. Harvard conta com 6.793 estudantes internacionais em um total de 24.596 alunos matriculados.
Acusações de incitação à violência
Kristi Noem usou as redes sociais para justificar a medida. Em uma publicação na plataforma X, ela afirmou que o governo está “responsabilizando Harvard por fomentar a violência, o antissemitismo e a coordenação com o Partido Comunista Chinês em seu campus”.
Para a secretária, aceitar alunos estrangeiros não é um direito, mas um privilégio. “Harvard teve muitas oportunidades de fazer a coisa certa. Mas recusou. Eles perderam a certificação […] por não cumprirem a lei. Que isso sirva de alerta para todas as universidades e instituições acadêmicas do país”, declarou.
Exigências para reverter a decisão
Para tentar reverter a revogação, Harvard tem 72 horas para atender às exigências do governo. A universidade deve fornecer registros e arquivos de áudio e vídeo relacionados a atividades ilegais ou ameaçadoras envolvendo estudantes estrangeiros nos últimos cinco anos.
Além disso, também deve apresentar todas as filmagens de protestos ocorridos no campus de Cambridge no mesmo período. A documentação deve ser entregue integralmente às autoridades federais.
Reação da Universidade de Harvard
O porta-voz da universidade, Jason Newton, classificou a decisão como “ilegal”. “Estamos totalmente comprometidos em manter a capacidade de Harvard de receber estudantes e acadêmicos internacionais, vindos de mais de 140 países e que enriquecem imensamente a universidade — e esta nação”, declarou.
Newton ressaltou que a administração da universidade está trabalhando para orientar e apoiar a comunidade afetada. “Esta ação retaliatória ameaça causar sérios danos à comunidade de Harvard e ao nosso país, além de minar a missão acadêmica e de pesquisa de Harvard”, afirmou.