A Polícia Federal montou uma cela especial na Superintendência do Distrito Federal para uma possível prisão em regime fechado do ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo informações divulgadas pelas jornalistas Débora Bergamasco e Elijonas Maia da CNN Brasil, o espaço foi preparado há mais de três meses no térreo do prédio localizado no Setor Policial de Brasília.
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A estrutura improvisada funciona como uma sala adaptada para custódia individual. O local conta com banheiro reservado, cama, mesa de trabalho, cadeira e aparelho de televisão. Policiais do Distrito Federal já apelidaram informalmente o espaço de “cela de Bolsonaro”.
O precedente para esse tipo de acomodação especial já existe na história recente. O ex-presidente Fernando Collor de Mello ficou temporariamente detido em sala especial. Na ocasião, ele ocupou a sala do diretor do presídio estadual em Maceió.
Três alternativas de prisão avaliadas pelos delegados
Caso o Supremo Tribunal Federal determine prisão em regime fechado para Bolsonaro, existem três possibilidades. A primeira seria em estabelecimento militar, considerando que o ex-presidente é do Exército. A segunda opção seria em batalhão da Polícia Militar do DF.
O ex-ministro Anderson Torres foi detido em batalhão da PM do DF anteriormente. A terceira alternativa seria justamente a Superintendência da Polícia Federal, onde a cela especial aguarda. Esta última opção motivou a preparação do espaço adaptado pelos agentes federais.
Estrutura montada após consulta oficial
A cúpula da Polícia Federal recebeu consulta da Vara de Execuções Penais do DF. O questionamento verificava se havia local específico para custodiar o ex-presidente. A Superintendência foi então reestruturada para atender essa demanda potencial.
A sede principal da PF não possui espaço adequado para acomodação especial. Por isso, a adaptação foi necessária no prédio da Superintendência regional. O ambiente pode ser utilizado por outras autoridades que venham a ser presas.
Novo indiciamento por coação e ameaça democrática
Bolsonaro foi indiciado novamente pela Polícia Federal na quarta-feira passada. As acusações incluem coação no curso de processo e abolição do Estado Democrático. Seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, também foi indiciado no mesmo inquérito.
Os investigadores entendem que pai e filho atuaram coordenadamente nos Estados Unidos. O objetivo seria pressionar por sanções contra o Brasil e a Justiça brasileira. A estratégia visaria interromper o processo de julgamento do plano de golpe.
Atualmente, o ex-presidente cumpre recolhimento domiciliar determinado pela Justiça. Ele responde como réu no caso do suposto plano golpista. O julgamento no STF deve ocorrer nos próximos meses.