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Cid acusa Bolsonaro e Braga Netto de usar documento falso para questionar delação

Fábio Pannunzio Por Fábio Pannunzio
28 de agosto de 2025
no Manchetes, STF, Trama golpista
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mauro cid faz cara de quem está acuado

O tenente-coronel Mauro Cid informou ao Supremo Tribunal Federal que ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-ministro Walter Braga Netto utilizaram documento inexistente para questionar sua colaboração premiada. A defesa de Cid classificou o material como “absolutamente inexistente” e pediu que o caso seja comunicado à Procuradoria-Geral da República. O episódio envolve suposta ata notarial contendo conversas entre o militar e o advogado Eduardo Kuntz sobre a delação.

Os réus da trama golpista contestaram o acordo de Cid alegando que ele usou Instagram para conversar com Kuntz. Nas supostas mensagens, o tenente-coronel teria questionado a voluntariedade de sua colaboração com a Polícia Federal. Cid nega ter utilizado a rede social para discutir aspectos de sua delação premiada.

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Documento apresentado em junho não existia

Em 30 de junho, advogados de Braga Netto solicitaram juntar ao processo uma ata notarial das conversas. O documento teria sido registrado por Kuntz em 29 de março de 2024 no 2º Tabelionato de Notas da Avenida Paulista. A defesa de Cid consultou diretamente o cartório, que confirmou a inexistência do registro em nome do advogado.

Os advogados do tenente-coronel classificaram o material como “documento apócrifo” juntado com propósito de tumultuar o processo. Segundo a defesa, a Procuradoria-Geral da República foi induzida ao erro por conta desse documento. A PGR chegou a fazer ressalvas sobre a colaboração e manifestou-se pela redução dos benefícios pleiteados.

“Essa tal ‘ata notarial’ que, em tese, teria fé pública e força probatória, não passa de um documento apócrifo”, declarou a defesa de Cid ao STF. Os advogados afirmaram que o material foi juntado “com o evidente propósito de tumultuar — se não falsear — o devido processo legal”.

Kuntz admite que documento não foi registrado

Eduardo Kuntz confirmou ao Valor que nunca afirmou ter registrado as conversas em cartório. O advogado explicou que o material estava organizado apenas como “minuta” e não foi oficializado por questões financeiras. “Não foi registrada por falta de recursos. Não tínhamos dinheiro para pagar. Dava quase R$ 15/20 mil”, declarou Kuntz ao jornal.

O advogado acusou os questionadores de querer “criar cortina de fumaça para fugir do conteúdo” das conversas. Kuntz defende Marcelo Câmara, também réu na ação sobre a trama golpista investigada pela Polícia Federal. As supostas mensagens entre ele e Cid teriam ocorrido via Instagram durante o período de negociação da delação.

Defesas mantêm posição sobre uso do Instagram

A defesa de Bolsonaro disse ao Valor que comprovou nas alegações finais que Cid utilizou Instagram para tratar da delação. Por essa razão, segundo os advogados, não importa se o documento foi ou não registrado oficialmente. A estratégia é manter o questionamento sobre a voluntariedade da colaboração premiada do tenente-coronel.

Em nota, a defesa de Braga Netto declarou que “nada pode esclarecer sobre o registro ou não da referida ata notarial”. Os advogados afirmaram que “esse documento foi apenas um dos vários indícios de que Mauro Cid mentiu e foi coagido em sua delação”.

A defesa de Cid considera o episódio extremamente grave por envolver o julgamento de maior relevância da história republicana recente. Os advogados pediram resposta “firme, proporcional e imediata” do STF para proteger a integridade processual. O caso demonstra as tensões em torno da colaboração premiada que pode ser decisiva no processo da trama golpista.

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  • Fábio Pannunzio
    Fábio Pannunzio

  • Da Redação
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Tags: Boosonarofalso documentoMauro Cid

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