Por Hylda Cavalcanti
A frente do prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), onde está sendo realizado o quinto dia do julgamento da Ação Penal 2668, vive um clima de expectativa em torno do voto da ministra Cármen Lúcia, que está sendo proferido nesta quinta-feira (11/09). A ação julga a articulação de golpe de Estado no país e atentado ao Estado Democrático de Direito e tem oito réus — dentre os quais, o ex-presidente Jair Bolsonaro e militares da mais alta patente.




O advogado Paulo Bueno, que integra a defesa de Bolsonaro, afirmou aos jornalistas que o voto de ontem, do ministro Luiz Fux — pela absolvição de Bolsonaro — deixou todos da equipe muito satisfeitos. “Sempre acreditamos muito nas questões preliminares. O voto do ministro acolheu praticamente a totalidade das nossas teses”, disse.
STF com salas cheias



Apesar de o ambiente aparentar estar mais tranquilo do lado de fora do edifício, em função do cansaço de todos com a demora do julgamento, o Supremo tem salas muito cheias — tanto a que sedia a 1ª Turma, onde estão os ministros do colegiado — como também os demais espaços onde foram instalados telões para credenciados que não pudessem acompanhar tudo da Turma.
Há pouco, o vice-líder da oposição na Câmara, deputado Evair Vieira de Melo, parou para ler um pronunciamento dele para os jornalistas, no qual falou que “tudo o que não é constitucional é arbitrário”.
Sem provas suficientes
Segundo o parlamentar, da ala bolsonarista, “o voto do ministro Luiz Fux deixou claro que quando não há provas suficientes, não pode haver condenação. E é isso o que acontece com o presidente Bolsonaro”.
De acordo com Vieira de Melo ao ser perguntado sobre a perspectiva de os próximos votos serem favoráveis ao relator, ministro Alexandre de Moraes, e pela condenação dos réus, o julgamento em curso “tem objetivo político”.
Querem calar o Bolsonaro e milhões de brasileiros que estão ao lado dele. Estamos aqui de cabeça erguida e cheios de esperança, apesar de saber a tendência de como devem ser os outros votos”, frisou.
“Outro dia”, diz Lindbergh
O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que está empolgado com os votos que faltam ser proferidos. Farias repetiu declarações dadas ontem, de que ficou muito surpreso e decepcionado com o voto do ministro Luiz Fux.
“Esperávamos que houvesse um mínimo de coerência. Mas não houve e é isso. Hoje é um outro dia. Vamos entrar para acompanhar a continuidade com a consciência da importância desse julgamento e com boa expectativa em relação aos próximos votos”, frisou.


