Embora a advocacia seja formada na maioria por mulheres, nas eleições regionais da Ordem dos Advogados do Brasil elas estão em minoria. O gênero masculino é predominante entre os candidatos e candidatas que concorrem no pleito deste ano para a escolha dos dirigentes do triênio 2025-2027.
As mulheres representam apenas 24% do total de candidatos. São 18 mulheres e 56 homens concorrendo ao cargo de presidente nas seccionais da Ordem.
Conforme o 1º Estudo Demográfico da Advocacia Brasileira (Perfil ADV), divulgado neste ano, a advocacia é majoritariamente feminina, sendo composta por 50% de mulheres, 49% de homens e 1% pertencente a outras identidades de gênero.
Em um panorama das eleições nas seccionais, o número de mulheres na disputa representa 24% do total de candidatos. Nas seccionais da Bahia e Mato Grosso, as advogadas Daniela Borges e Gisela Cardoso concorrem à reeleição, respectivamente. No Rio de Janeiro, a atual vice-presidente, Ana Tereza Basílio, disputa a presidência da entidade. Em 12 estados, a disputa é só entre homens. Somente na seccional baiana a disputa é entre duas mulheres.
Em São Paulo, em 90 anos de história da OAB-SP, a primeira mulher presidente da seccional paulista foi eleita só em 2021. Patricia Vanzolini ocupará o cargo no triênio 2022-2024. Porém nenhuma mulher concorre como cabeça de chapa no atual pleito. Patrícia disputa a vice-presidência na chapa de Leonardo Sica.
No Rio Grande do Norte, a advogada Rossana Fonseca é a única entre os três candidatos na disputa pela presidência da seccional. Em entrevista ao HJur, Rossana informou que o estado tem um histórico de conquistas de direitos das mulheres na política. No âmbito da advocacia, a candidata afirmou que há mais advogadas mulheres na região e que a eleição de uma mulher para presidência da seccional pode ajudar na representação do grupo.
“Uma mulher na presidência não se reportará somente às mulheres, lutará pelas prerrogativas para homens e mulheres, que não se sentem incluídos nem representados por uma Ordem local que se reporta apenas a um pequeno grupo”, declarou.
A advogada também destacou ser necessário avançar na representatividade feminina na OAB em todo o país. Segundo Rossana, mesmo com avanços em relação às regras de paridade de gênero, ainda é necessário reforçar a presença de mulheres em cargos de poder.