Alcolumbre inicia leitura de requerimento para CPI do INSS com início previsto para o segundo semestre
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), deu o pontapé inicial para a instalação da CPI do INSS ao ler o requerimento da oposição nesta terça-feira. A decisão representa uma derrota para os governistas, que tentaram evitar a comissão nos bastidores, e marca o primeiro passo antes da designação dos membros do colegiado investigativo.
Alcolumbre trabalha para que Omar Aziz (AM), líder do PSD, presida a CPI. A escolha atende ao pleito governista de indicar um perfil “moderado” para o comando.
A relatoria ficará com a Câmara, mas Hugo Motta (Republicanos-PB) ainda não definiu o nome. Membros da oposição querem um deputado do PL no cargo.
Omar Aziz é candidato preferido de Alcolumbre
“É o meu candidato (à presidência do colegiado), trabalho para ele (Omar Aziz)”, declarou Alcolumbre ao chegar no Congresso. O senador amazonense presidiu a CPI da Covid e é considerado aliado pelos governistas.
A formação do colegiado é vista como “inevitável” nos bastidores. O governo conseguiu adiar os trabalhos para o segundo semestre, ganhando tempo para reorganizar a base.
A estratégia lembra 2023, quando o Planalto postergou a CPI dos atos de 8 de janeiro. O objetivo é costurar acordos que garantam influência sobre os rumos da comissão.
Governistas mudam estratégia e discutem assumir comando
A deputada Coronel Fernanda (PL-MT) iniciou a criação da CPI junto com Damares Alves (Republicanos-DF). Elas coletaram assinaturas suficientes para o pedido de instalação.
Inicialmente contrário, o governo mudou de postura com o avanço das tratativas. Parlamentares da base chegaram a assinar o requerimento da oposição.
Tabata Amaral (PSB-SP) é cotada para a relatoria pelo partido do vice-presidente Alckmin. Outra ala defende que o Planalto tente a presidência com outro senador.
Operação revelou fraude de R$ 6 bilhões contra aposentados
Entre 2019 e 2024, segundo a Polícia Federal, 4,2 milhões de aposentados foram vítimas de cobranças ilegais. Entidades associativas conveniadas ao INSS subtraíram mais de R$ 6 bilhões irregularmente.
A “Operação Sem Desconto” revelou convênios firmados sem autorização dos beneficiários. A investigação levou à prisão do lobista “Careca do INSS” e outros operadores.
Alessandro Stefanutto foi exonerado da presidência do INSS após a deflagração da operação em abril. O Ministério da Previdência bloqueou R$ 2,5 bilhões de 12 entidades suspeitas.
Governo culpa gestão anterior pelas irregularidades
Ministros defendem que a maioria dos convênios suspeitos foi firmada entre 2019 e 2022, no governo Bolsonaro. Relatórios da CGU confirmam alertas sobre irregularidades antes da posse de Lula.
Aliados reconhecem que a permanência dos contratos no primeiro ano criou passivo político. A CGU e o TCU abriram apurações próprias sobre o esquema.
O Ministério da Previdência lançou sistema para contestar descontos indevidos. Os recursos bloqueados poderão ressarcir aposentados lesados pelo esquema fraudulento.
e inicia CPI do INSS para investigar fraude de R$ 6 bi. Omar Aziz favorito para presidir comissão que apura esquema contra aposentados.