Publicar artigo

PGR pede condenação de acusados pelo assassinato de Marielle Franco 

Da Redação Por Da Redação
13 de maio de 2025
no Manchetes, PGR
0
Foto da vereadora Marielle Franco em local externo antes de ser assassinada em 2018.

Foto: reprodução da internet

A Procuradoria-Geral da República (PGR) encaminhou ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), as alegações finais na ação penal (AP) 2434 contra os acusados pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018, no Rio de Janeiro, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. No documento, o vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, sustenta que as provas produzidas ao longo da instrução processual confirmam as hipóteses apresentadas na denúncia oferecida em 2024.

De acordo com o Ministério Público Federal, os irmãos Domingos e João Francisco Inácio Brazão, Rivaldo Barbosa de Araújo Júnior e Ronald Paulo de Alves Pereira foram denunciados por homicídio qualificado, conforme o artigo 121, § 2º, incisos I, III e V, combinado com o artigo 29 do Código Penal. Os irmãos Brazão e Robson Calixto Fonseca também respondem pelo crime de organização criminosa, tipificado no artigo 2º, § 2º, da Lei nº 12.850/2013.

LEIA TAMBÉM

Moraes autoriza policiamento integral da prisão domiciliar de Bolsonaro

TJRS reduz penas dos réus da Boate Kiss

Atuação criminosa e motivação

Segundo as alegações finais apresentadas pela PGR, as provas colhidas durante o processo confirmam que os irmãos Brazão e Robson Calixto Fonseca constituíram uma organização criminosa voltada para atividades de milícia, visando lucro e formação de redutos eleitorais. As investigações revelaram que o grupo explorava atividades imobiliárias ilegais por meio de práticas de “grilagem” e utilizava o poder das milícias para estabelecer domínio territorial em diversas áreas do Rio de Janeiro.

A atuação política de Marielle Franco representava uma ameaça direta aos negócios ilícitos dessa organização criminosa e ao domínio territorial exercido pelas milícias cariocas. De acordo com o MPF, foi justamente essa ameaça que motivou a execução da vereadora, ocorrida em março de 2018, crime que também vitimou o motorista Anderson Gomes e tentou contra a vida da assessora Fernanda Chaves.

O documento encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes detalha como o trabalho político da vereadora, especialmente sua oposição à especulação imobiliária e às milícias, incomodava diretamente os interesses econômicos e políticos do grupo comandado pelos irmãos Brazão, motivando assim o planejamento e execução do crime que chocou o país.

Regime Fechado e agravantes

No documento, o vice-procurador-geral da República defende o cumprimento da sentença em regime fechado, argumentando que a fixação da pena deve ser acima do mínimo legal, considerando a gravidade das circunstâncias em que os crimes foram cometidos. “O crime foi praticado mediante promessa de recompensa e por motivo torpe, pois os agentes visavam manter a lucratividade de seus negócios ilícitos”, destaca o documento.

A PGR ressalta ainda outros agravantes, como o perigo comum caracterizado pelos múltiplos disparos efetuados em via pública, a partir do interior de um veículo e em direção a espaço aberto. O MPF também aponta que o meio de execução dificultou expressivamente a defesa das vítimas, que estavam desarmadas no interior do automóvel e foram surpreendidas por disparos de arma semiautomática, em ângulo que impediu a percepção da aproximação dos atiradores.

Além das três qualificadoras presentes no homicídio de Marielle Franco, o vice-procurador-geral destacou que os crimes contra Anderson Gomes e a tentativa de homicídio contra Fernanda Gonçalves Chaves possuem o agravante adicional de terem sido cometidos para assegurar a impunidade de outro crime, o que deve ser considerado na dosimetria da pena.

Consequências adicionais

Além da condenação criminal e do regime fechado para cumprimento da pena, o Ministério Público Federal solicitou medidas complementares contra os acusados. Entre os pedidos está a perda dos cargos públicos ocupados pelos agentes denunciados, incluindo os irmãos Brazão e Rivaldo Barbosa, que exerciam funções públicas à época dos crimes.

O MPF requereu ainda que os acusados sejam condenados a pagar indenização aos familiares das vítimas a título de danos morais e materiais sofridos em decorrência dos homicídios. A solicitação visa não apenas a punição dos responsáveis, mas também uma forma de reparação parcial pelo sofrimento causado às famílias de Marielle Franco e Anderson Gomes.

Autor

  • Da Redação
    Da Redação

Post Views: 111
Tags: Chiquinho BrazãoIrmãos BrazãoMARIELLE FRANCOPGRRonnie LessaSTF

Relacionados Posts

A foto mostra policiais penais do DF.
Manchetes

Moraes autoriza policiamento integral da prisão domiciliar de Bolsonaro

26 de agosto de 2025
A foto mostra a fachada da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde morreram 242 pessoas após um incêndio.
Manchetes

TJRS reduz penas dos réus da Boate Kiss

26 de agosto de 2025
Ministro Flávio Dino, do STF
Manchetes

Flávio Dino determina que presidente da Câmara preste informações sobre rito de aprovação do PL da Adultização

26 de agosto de 2025
TJSP acolhe IDPJ e empresário terá de responder por dívida de R$ 16 milhões
Estaduais

TJSP obriga empresário a responder por dívida de R$ 16 milhões por agenciamento de jogadores de futebol, incluindo Neymar

26 de agosto de 2025
Justiça suspende decisão do Cade e mantém moratória da soja em vigor
Justiça Federal

Justiça suspende decisão do Cade e mantém moratória da soja em vigor

26 de agosto de 2025
Gilmar Mendes é alvo de novo pedido de impeachment
Manchetes

Citado pela PF, Gilmar Mendes nega conversas com Bolsonaro

26 de agosto de 2025
Próximo Post
O ex-presidente Jair Bolsonaro

Defesa de Bolsonaro pede cancelamento de audiências no processo sobre tentativa de golpe

NOTÍCIAS POPULARES

Sem conteúdo disponível

ESCOLHIDAS PELO EDITOR

Mãos passando dinheiro por baixo de uma mesa.

MPF, AGU e CGU firmam acordo para combate à corrupção

25 de abril de 2025
OAB lança campanha “Agosto Lilás” contra violência doméstica com dados alarmantes

OAB lança campanha “Agosto Lilás” contra violência doméstica com dados alarmantes

4 de agosto de 2025
A foto mostra o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Moraes autoriza acareação entre Braga Netto e Mauro Cid e de Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira

17 de junho de 2025
Mauro Cid prestará novo depoimento à PF nesta quinta

Mauro Cid prestará novo depoimento à PF nesta quinta

3 de dezembro de 2024
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
  • Quem somos
  • Equipe
  • Política de Respeito à Privacidade
  • Fale Conosco
  • Artigos
  • Quem somos
  • Equipe
  • Política de Respeito à Privacidade
  • Fale Conosco
  • Artigos

Hora Jurídica Serviços de Informação e Tecnologia Ltda. – CNPJ 58.084.027/0001-90, sediado no Setor Hoteleiro Norte, Quadra 1, lote “A”, sala 220- Ed. Lê Quartier, CEP:70.077-000 – Asa Norte – Brasília-DF

Contato: 61 99173-8893

© 2025 Todos direitos reservados | HJUR Hora Jurídica

Maximum file size: 2 MB
Publicar artigo
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
Sem Resultados
Ver todos os Resultados
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos

© 2025 Todos direitos reservados | HJUR Hora Jurídica