O Ministério Público Federal lançou campanha nacional para alertar cidadãos sobre características do tráfico internacional de pessoas e formas de denunciar esse crime. A ação ocorre no mês dedicado ao combate a essa prática, considerada uma das atividades ilegais mais lucrativas do mundo.
Segundo a Organização das Nações Unidas, cerca de 50 milhões de pessoas são vítimas desse crime, que movimenta aproximadamente 32 bilhões de dólares anuais. Nos últimos anos, o uso da tecnologia ampliou a atuação dos grupos criminosos.
Com o slogan “Nem toda promessa é de liberdade”, a campanha alerta sobre propostas atrativas de emprego ou promessas fáceis na internet. Criminosos usam essas estratégias para capturar vítimas que acabam sendo levadas a outros países para exploração.
Complexidade das investigações
A coordenadora da Unidade Nacional de Enfrentamento do Tráfico Internacional de Pessoas, Stella Scampini, explica que se trata de crime muito complexo de investigar. Envolve redes criminosas internacionais e depende da cooperação jurídica entre países.
Muitas vítimas não conseguem se ver como tal, sentem-se culpadas ou com vergonha quando percebem que caíram em golpe. Por isso a importância de dar visibilidade ao tema para que próprias vítimas ou outras pessoas denunciem às autoridades.
Todos os veículos de comunicação do MPF publicarão conteúdos explicando o que é tráfico de pessoas, quais penas a legislação prevê, quem são as vítimas e como se proteger.
Seminário e parcerias
Em 30 de julho, Dia Mundial de Combate ao Tráfico de Pessoas, será realizado seminário sobre o tema com transmissão no YouTube. O evento terá parcerias com a Escola Superior do Ministério Público da União e o Programa Copolad.
A ação integra a Campanha Coração Azul, criada pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime em 2009. A campanha é realizada anualmente em diversos países para conscientizar a sociedade sobre o problema.
Os canais de denúncia incluem Disque 100, Disque 180 e MPF Serviços. O objetivo é fortalecer a prevenção e o combate ao crime, garantir apoio às vítimas e evitar a impunidade dos responsáveis.