A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (13/05), a 5ª fase da Operação Sisamnes, que investiga rede de advogados, lobistas e servidores do Judiciário envolvidos no esquema de compra de decisões judiciais.
Nesta nova etapa, as apurações têm como objetivo aprofundar crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, mercado de câmbio clandestino, evasão de divisas e organização criminosa.
MT, SP e DF
No total, foram cumpridos desde o início da manhã, 11 mandados de busca e apreensão nos estados de Mato Grosso e São Paulo, bem como no Distrito Federal. Também foi determinado, além do sequestro de bens de investigados no valor total de R$ 20 milhões, que essas pessoias fiquem proibidas de sair do país.
Conforme divulgado pela Polícia Federal, as investigações feitas até agora identificaram uma rede financeira-empresarial de lavagem de dinheiro, criada para dissimular a origem ilícita das supostas “propinas” lançadas para a compra de decisões judiciais proferidas no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A intenção dessa rede, acrescentou a PF, seria “romper a vinculação direta entre o agente corruptor e o servidor público corrompido”.
No STF
Apesar de as investigações mencionarem desde o início casos de venda e antecipação de decisões do STJ, esta etapa da operação não teve como alvo o Tribunal. Procurada, a assessoria do STJ divulgou que a Corte “não se manifestará sobre o mérito da investigação, que tramita sob sigilo e a cargo do Supremo Tribunal Federal (STF)”.
A Operação Sisamnes foi deflagrada em novembro do ano passado. Já resultou em prisões e investigações de advogados e lobistas e no afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) e de assessores de gabinetes de ministros do STJ.
Até agora, não há indícios sobre a participação dos ministros no esquema. O processo sobre o caso tramita no STF e tem como relator no Supremo, o ministro Cristiano Zanin Martins.