Por Carolina Villela
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira a abertura de uma investigação sigilosa sobre operações suspeitas de compra e venda de dólares, feitas antes de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o “tarifaço” de 50% sobre produtos brasileiros exportados.
A decisão foi tomada no inquérito (INQ) 4995 que apura a atuação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos EUA, desde o início do ano, que teria agido junto ao governo americano para aplicar as sanções ao Brasil e constranger o Judiciário brasileiro.
AGU pediu investigação de movimentações suspeitas
Moraes atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), que apontou movimentações suspeitas no mercado cambial com a “compra e venda de dólares no dia do anúncio do tarifaço de Trump ao Brasil”, levantando suspeita sobre possível uso de informações privilegiadas (insider trading) por pessoas físicas ou jurídicas.
No pedido ao STF, a AGU citou que “o investidor e fundador da Tolou Capital Management havia publicado em sua rede social que suspeitava que alguém havia noticiado (antecipado) sobre as tarifas, rectius, sanções comerciais que seriam impostas ao Brasil”. Segundo a instituição, o comunicado informava que “possivelmente alguém havia lucrado entre 25% e 50% em operações atípicas em menos de três horas”.
Providências imediatas
A AGU também solicitou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) seja comunicada sobre as transações e tome providências imediatas. O órgão destacou que, além da esfera penal, o uso de informação privilegiada pode acarretar responsabilidade civil e administrativa.