Justiça autoriza governo a destruir 100 mil garrafas de bebidas adulteradas

Justiça de São Paulo autoriza governo a destruir 100 mil vasilhames de bebidas adulteradas apreendidos

Há 1 semana
Atualizado quinta-feira, 9 de outubro de 2025

Por Hylda Cavalcanti

Decisão judicial divulgada nesta quarta-feira (8/108), autorizou o governo de São Paulo a destruir 100 mil vasilhames apreendidos pelas forças de segurança no inquérito que investiga a adulteração de bebidas no estado. São Paulo é apontado como o ente da Federação com maior número de casos de pessoas intoxicadas pelo uso irregular de metanol.

O pedido havia sido feito pela Polícia Civil, e a destruição foi autorizada pelo juiz Lucas Bannwart Pereira, do Fórum Criminal Barra Funda do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).

Risco potencial

Conforme o magistrado explicou na decisão, os recipientes haviam sido encontrados pela polícia em uma suposta empresa de materiais recicláveis que comercializava garrafas de diferentes bebidas destiladas sem controle sanitário e sem procedimentos de higienização.

Segundo ele destacou, tais mercadorias apreendidas representam um “potencial e concreto risco a um sem número de pessoas que podem ser expostas a eventuais substâncias presentes nestes vasilhames”.

O governo de São Paulo informou, por meio de nota, que a destruição dos recipientes que foram apreendidos é importante para garantir segurança e proteção da população após a confirmação de casos de contaminação por metanol em bebidas.

24 casos confirmados, 235 em investigação

Também nesta quarta-feira, no final do dia, o Ministério da Saúde divulgou, por meio de balanço apurado pela chamada Sala de Situação que monitora casos relacionados ao tema, que foram registradas 259 notificações, sendo destas, 24 casos confirmados, enquanto 235 seguem em investigação. Outras 145 suspeitas foram descartadas.

O mesmo balanço ressalta que São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul são os únicos estados do país com casos confirmados de intoxicação pela substância. Ao todo, foram registrados 20 casos em São Paulo, 3 no Paraná e 1 no Rio Grande do Sul.

Entre os 235 casos em investigação, informa o Ministério da Justiça, a maioria está concentrada em São Paulo, com 181 registros. Em seguida aparecem Pernambuco (24), Paraná (5), Rio de Janeiro (5), Rio Grande do Sul (4), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Espírito Santo (3), Goiás (2), Acre (1), Paraíba (1) e Rondônia (1).

Sala de situação

Em relação aos óbitos, cinco foram confirmados em São Paulo e 11 seguem em investigação, sendo 1 em Mato Grosso do Sul, 3 em Pernambuco, 6 em São Paulo e 1 na Paraíba.

A atualização das notificações de intoxicação por metanol, decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas, será realizada nos dias de funcionamento da Sala de Situação — segundas, quartas e sextas-feiras, sempre a partir das 17h.

Caso de saúde grave

A intoxicação por metanol é considerada um caso de emergência médica de extrema gravidade. A substância, quando ingerida, é metabolizada no organismo em produtos tóxicos (como formaldeído e ácido fórmico), que podem levar à morte.

Os principais sintomas da intoxicação são: visão turva ou perda de visão (podendo chegar à cegueira) e mal-estar generalizado (náuseas, vômitos, dores abdominais, sudorese).

Identificações e orientações

O Ministério da Saúde tem alertado que, nesses casos, é importante identificar e orientar possíveis contatos que tenham consumido a mesma bebida, recomendando que procurem imediatamente um serviço de saúde para avaliação e tratamento adequado. 

A demora no atendimento e na identificação da intoxicação aumenta a probabilidade do desfecho mais grave, com o óbito do paciente.

—Com Portal Egov, Agência Brasil e Ministério da Saúde

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