Adelino Neto – A inteligência artificial aplicada à recuperação judicial

Há 10 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

A Inteligência Artificial (IA) tem revolucionado o setor jurídico, trazendo maior eficiência e precisão para processos complexos, como a recuperação judicial. Seu uso permite a análise de grandes volumes de dados financeiros e jurídicos, agilizando decisões e reduzindo custos operacionais. No entanto, a aplicação da IA também gera desafios, incluindo a necessidade de padronização, transparência e imparcialidade em suas decisões automatizadas. Para que essa tecnologia seja aplicada de forma justa, é essencial o desenvolvimento de diretrizes e regulamentações claras.

A capacidade da IA de prever falências e sugerir estratégias eficazes é uma de suas principais vantagens. Através da análise de históricos financeiros e do comportamento do mercado, algoritmos inteligentes identificam padrões que indicam riscos e oportunidades. Além disso, a IA possibilita uma avaliação mais precisa dos ativos e passivos das empresas em dificuldades, auxiliando na tomada de decisões estratégicas para recuperação financeira. Outra funcionalidade relevante é sua aplicação na revisão de documentos e contratos jurídicos, aumentando a eficiência ao identificar cláusulas críticas e riscos contratuais de forma automatizada.

Entretanto, apesar dos benefícios evidentes, a adoção da IA na recuperação judicial exige um rigoroso controle regulatório. A transparência nos critérios de decisão e a ética na aplicação dos algoritmos são fatores cruciais para evitar vieses que possam comprometer a equidade nos processos. Além disso, é imprescindível que os profissionais do direito sejam capacitados para lidar com essas ferramentas e compreender suas limitações, garantindo que a tecnologia seja utilizada de forma responsável e em conformidade com os princípios jurídicos vigentes.

O uso da IA no sistema jurídico tem o potencial de transformar a recuperação judicial, tornando-a mais eficiente, ágil e acessível. No entanto, seu sucesso depende de uma abordagem equilibrada, que alie inovação tecnológica a normas claras e uma governança eficaz. Com a devida regulamentação e um compromisso ético, a IA pode ser uma aliada poderosa na busca por processos judiciais mais justos e sustentáveis.

Adelino Neto é advogado, doutor em Direito, doutor em Ciências Sociais e Jurídicas, presidente da Associação Brasileira de Administradores Judiciais – Abajud e membro consultor da Comissão de Falência e Recuperação Judicial da OAB Nacional.

* Os textos das análises, colunas e artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do Hjur. 

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