Da Redação
A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou à Polícia Federal a abertura de inquérito para apurar a disseminação de informações falsas contra o Sistema Financeiro Nacional. O pedido foi motivado por publicações em redes sociais que incentivam saques em massa e têm potencial para desestabilizar a economia brasileira.
A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) atuou após denúncia do Banco do Brasil na sexta-feira (22). A instituição relatou como “fatos de extrema gravidade” a divulgação de informações falsas que incentivam quebra da normalidade institucional.
Segundo documento da PNDD, desde 19 de agosto diversos perfis passaram a veicular notícias falsas envolvendo agentes do sistema financeiro. As mensagens surgiram como reação ao posicionamento institucional sobre sanções impostas pelo Departamento do Tesouro americano.
Ação coordenada nas redes sociais
A AGU identificou “ação articulada de disparo massivo de publicações” que buscam aterrorizar a sociedade com perspectiva de colapso. As mensagens têm objetivo de pressionar agentes financeiros e gerar caos no Sistema Financeiro Nacional.
O documento aponta que a propagação de conteúdo visa incentivar retirada massiva de dinheiro pelos correntistas. A estratégia busca desestabilizar instituições bancárias através da disseminação de pânico entre a população.
Entre os perfis citados pelo Banco do Brasil estão os deputados federais Gustavo Gayer e Eduardo Bolsonaro. Gayer publicou em suas redes sociais chamado para que titulares retirem dinheiro dos bancos.
Deputados federais entre os investigados
Eduardo Bolsonaro afirmou em canal do YouTube que o banco estatal será cortado das relações internacionais. Segundo a denúncia, o deputado disse que isso levará a instituição à falência.
A lista inclui ainda outros perfis em diferentes plataformas que replicaram conteúdo similar. O material foi originalmente gravado para o canal AuriVerde Brasil no YouTube.
O Banco do Brasil encaminhou à Polícia Federal ofício detalhando quais perfis estão envolvidos na ação. O documento foi anexado à notícia-crime apresentada pela AGU.
Risco de corrida bancária
A AGU alerta que as condutas “têm potencial de fomentar verdadeira corrida bancária para retirada de valores”. Tal situação pode causar prejuízo significativo à economia do país.
O órgão identifica também intenção política de relacionar possível colapso às atividades do Supremo Tribunal Federal. O objetivo seria colocar opinião pública contra órgão judicial e constranger Poder Judiciário.
A PNDD requer apuração da materialidade e autoria dos fatos apontados na investigação. Os crimes podem ter correlação com investigações penais em curso no âmbito do STF.
Defesa da estabilidade financeira
O caso representa preocupação das autoridades com ataques coordenados ao sistema bancário nacional. A disseminação de informações falsas pode comprometer confiança dos investidores e da população.
As investigações buscarão identificar toda rede de disseminação das informações falsas nas plataformas digitais. A Polícia Federal deverá analisar conexões entre os diferentes perfis envolvidos na campanha.
A AGU enfatiza necessidade de proteção do Sistema Financeiro Nacional contra ataques de desinformação. A estabilidade econômica depende da confiança nas instituições bancárias do país.