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Ainda não temos o Oscar, mas 2025 pode mudar isso

Jeffis Carvalho Por Jeffis Carvalho
1 de maio de 2025
no Artigo, Direito à Arte
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Ainda não temos o Oscar, mas 2025 pode mudar isso

Nada, em qualquer história que se conte, pode ser tão universal quanto o que envolve a família – com seus dramas, conflitos, tragédias, infelicidades a granel e, mais do que tudo, a busca permanente para se manter os laços de união. Somos gregários e a família é o microcosmo desse gregarismo. E nada, também por ser universalista, tem mais apelo emocional do que uma família sob ameaça. 

O filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, tem esse apelo. E isso pode ser o seu maior trunfo na corrida pela indicação ao Oscar, o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. 

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Como um prêmio da indústria – isto é, a própria categoria premia seus pares – o Oscar incorporou e fortaleceu, em quase cem anos de história,  a noção básica de dois valores essenciais à cultura norte-americana: a segunda chance e o retorno para casa. Ao mesmo tempo, potencializou ambos no seio da instituição familiar, a qual se torna, então, o palco principal das histórias a serem contadas e, principalmente, a receber a recompensa da premiação.  

Em seu livro And The Winners Is, o sociólogo Emanuel Levy diz que “O Oscar, como os valores culturais que representa, realça as contradições inerentes à aquisição desses valores. Esses valores básicos são caracterizados por um dilema interior entre o mito cultural que eles incorporam e a realização correspondente. Cada valor exemplificado pelo Oscar pode ser estabelecido como uma dicotomia de orientações opostas: democracia-elitismo; igualdade-discriminação; universalismo-particularismo; individualismo-coletivismo; competitividade-colaboração, trabalho duro-sorte e sucesso-derrota”. 

Essas orientações opostas ganham significados universais quando elaborados como base de conflitos em que a família, e seus membros, se veem como personagem arrastados por forças externas para situações que ameaçam a paz e a felicidade representada pela casa, pelo espaço em que comungam laços de intensa afetividade, amor, companheirismo e, acima de tudo, a noção de resistência e luta diante dos perigos externos que ameaçam a família. Vê-se isso em toda família abordada com arte e engenho no cinema americano – da família feliz surpreendida por uma adversidade, à família disfuncional que requer ajuda, à família mafiosa que mata para defender os seus. 

Essa universalidade representada pela família é o que dá força a Ainda Estou Aqui na sua corrida ao Oscar. O fato do filme abordar um assunto que diz diretamente aos brasileiros – a ditadura militar, a repressão, a mão armada de um estado policial que sequestra e mata opositores – não compromete a empatia que pode despertar junto aos membros da Academia, porque tudo isso é abordado no seio da família e, principalmente, na liderança de uma mulher, a mãe – figura ainda mais forte e traço comum a praticamente toda a cultura humana. 

Se no Brasil a história nos emocionou às lágrimas coletivas nas sala de cinema – porque fala sobre um período nefasto da nossa história – também para nós ela fica ainda mais contundente porque tudo isso se passa com uma família comum de classe média no Rio de Janeiro, e que poderia ser a minha, a sua, do vizinho ou de qualquer um. É exatamente essa característica que também emociona públicos de todo lugar. E, claro, pode emocionar os votantes do Oscar. 

Para quem ainda não viu o filme nos cinemas –  a obra já é um dos recordistas de bilheteria no Brasil –  Ainda Estou Aqui é adaptação do livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva. Nele, o jornalista e escritor conta a luta de sua mãe, Eunice Paiva (Fernanda Torres, já indicada a melhor atriz no Globo de Ouro) para manter a família unida, depois que seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello) é levado pelas forças de segurança do regime militar no auge repressivo da ditadura. O tempo todo, a opressão da ditadura é o pano de fundo, mas o que ganha protagonismo é mesmo a força de uma mulher em busca da verdade, de descobrir o que aconteceu com seu marido, pai de seus filhos; e quando descobre que Rubens Paiva está morto, a briga  de Eunice é pelo reconhecimento da sua morte, ao mesmo tempo em que mantém a família unida. 

O diretor Walter Salles nos dá um filme contido, cometido – e o olhar de Fernanda Torres é mesmo uma força quase leonina dessa atitude – em que não se busca a abordagem fácil da denúncia, ou a emoção pelo sensacionalismo ou, mesmo, o tom panfletário. Por isso o filme se torna ainda mais contundente ao público brasileiro. Mas, também, por esse tratamento universalista, emociona plateias em todo o mundo. Daí a sua força na corrida a uma indicação como Melhor Filme Internacional no Oscar. 

Por outro lado, é preciso ressaltar que as duas indicações do Globo de Ouro – Melhor Filme em Língua não Inglesa e Melhor Atriz (Fernanda Torres) não aumentam – e as derrotas não diminuem – as chances de premiação pela Academia. 

Há muito tempo o Globo de Ouro deixou de ser um termômetro para o que se dará no Oscar. E, de certo modo, isso nem tem muito a ver com escândalos recentes de compra de votos e que selaram uma espécie de decadência do prêmio dado pelos correspondentes estrangeiros de Hollywood. 

Trata-se de um grupo relativamente pequeno, formado por jornalistas que pouco podem influenciar os humores da Academia. Já tiveram, claro, a sua relevância desde que a premiação foi criada, em 1944, pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, mas sua força como antecipação do Oscar foi sendo minada a partir dos anos 1990, quando os sindicatos que representam a comunidade cinematográfica americana criaram os seus próprios prêmios. 

O verdadeiro termômetro do Oscar está nessas premiações. Afinal, a Academia não deixa de ser, por sua representatividade, um exemplo de “federação sindical”, já que os seus membros são, também, os que compõem a própria instituição que premia com o Oscar, ou seja, são os que votam. Por isso, para se saber as chances reais de um filme a partir de premiações que antecedem o Oscar, é preciso acompanhar as premiações dos sindicatos. 

O mais representativo deles é o SAG Awards, a premiação do sindicato dos atores, que divulga seus indicados no dia 8 de janeiro. Em seguida, temos o DGA Awards, os prêmios do sindicato dos diretores. E outras categorias têm sua premiação: os produtores, os roteiristas, os diretores de fotografia, os montadores, os diretores de arte, os figurinistas etc. E, como já disse, são esses membros que votam, depois, no escrutínio da Academia.

A torcida é grande. Vamos ficar atentos ao desenrolar das premiações – e são várias. Uma ótima notícia veio na última quarta-feira quando o Critic´s Choice Movie Awards anunciou suas indicações. Trata-se do prêmio da associação que reúne os maiores críticos de cinema dos Estados Unidos e que são, sim, formadores de opinião dos mais relevantes. Nessa escolha dos críticos,  Ainda Estou Aqui foi indicado a Melhor Filme Internacional. Mais um bom sinal. 

Cruzem os dedos.

Jeffis Carvalho é jornalista, roteirista e editor de Cinema do Estado da Arte, do Estadão. 

* Os textos das análises e dos artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do Hjur. 

 

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  • Jeffis Carvalho
    Jeffis Carvalho

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