• Quem somos
  • Equipe
  • Política de Respeito à Privacidade
  • Fale Conosco
  • Artigos
quarta-feira, julho 30, 2025
HJur Hora Juridica
Sem Resultados
Ver todos os Resultados
  • Login
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
Sem Resultados
Ver todos os Resultados
HJUR Hora Jurídica
Sem Resultados
Ver todos os Resultados

Ainda não temos o Oscar, mas 2025 pode mudar isso

Jeffis Carvalho Por Jeffis Carvalho
14 de dezembro de 2024
no Artigo, Direito à Arte
0
Ainda não temos o Oscar, mas 2025 pode mudar isso

Nada, em qualquer história que se conte, pode ser tão universal quanto o que envolve a família – com seus dramas, conflitos, tragédias, infelicidades a granel e, mais do que tudo, a busca permanente para se manter os laços de união. Somos gregários e a família é o microcosmo desse gregarismo. E nada, também por ser universalista, tem mais apelo emocional do que uma família sob ameaça. 

O filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, tem esse apelo. E isso pode ser o seu maior trunfo na corrida pela indicação ao Oscar, o prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. 

LEIA TAMBÉM

Apropriação indébita previdenciária e apropriação indébita tributária: condutas parecidas, crimes diferentes

João Rolla: Tarifas, Desafios e Oportunidade

Como um prêmio da indústria – isto é, a própria categoria premia seus pares – o Oscar incorporou e fortaleceu, em quase cem anos de história,  a noção básica de dois valores essenciais à cultura norte-americana: a segunda chance e o retorno para casa. Ao mesmo tempo, potencializou ambos no seio da instituição familiar, a qual se torna, então, o palco principal das histórias a serem contadas e, principalmente, a receber a recompensa da premiação.  

Em seu livro And The Winners Is, o sociólogo Emanuel Levy diz que “O Oscar, como os valores culturais que representa, realça as contradições inerentes à aquisição desses valores. Esses valores básicos são caracterizados por um dilema interior entre o mito cultural que eles incorporam e a realização correspondente. Cada valor exemplificado pelo Oscar pode ser estabelecido como uma dicotomia de orientações opostas: democracia-elitismo; igualdade-discriminação; universalismo-particularismo; individualismo-coletivismo; competitividade-colaboração, trabalho duro-sorte e sucesso-derrota”. 

Essas orientações opostas ganham significados universais quando elaborados como base de conflitos em que a família, e seus membros, se veem como personagem arrastados por forças externas para situações que ameaçam a paz e a felicidade representada pela casa, pelo espaço em que comungam laços de intensa afetividade, amor, companheirismo e, acima de tudo, a noção de resistência e luta diante dos perigos externos que ameaçam a família. Vê-se isso em toda família abordada com arte e engenho no cinema americano – da família feliz surpreendida por uma adversidade, à família disfuncional que requer ajuda, à família mafiosa que mata para defender os seus. 

Essa universalidade representada pela família é o que dá força a Ainda Estou Aqui na sua corrida ao Oscar. O fato do filme abordar um assunto que diz diretamente aos brasileiros – a ditadura militar, a repressão, a mão armada de um estado policial que sequestra e mata opositores – não compromete a empatia que pode despertar junto aos membros da Academia, porque tudo isso é abordado no seio da família e, principalmente, na liderança de uma mulher, a mãe – figura ainda mais forte e traço comum a praticamente toda a cultura humana. 

Se no Brasil a história nos emocionou às lágrimas coletivas nas sala de cinema – porque fala sobre um período nefasto da nossa história – também para nós ela fica ainda mais contundente porque tudo isso se passa com uma família comum de classe média no Rio de Janeiro, e que poderia ser a minha, a sua, do vizinho ou de qualquer um. É exatamente essa característica que também emociona públicos de todo lugar. E, claro, pode emocionar os votantes do Oscar. 

Para quem ainda não viu o filme nos cinemas –  a obra já é um dos recordistas de bilheteria no Brasil –  Ainda Estou Aqui é adaptação do livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva. Nele, o jornalista e escritor conta a luta de sua mãe, Eunice Paiva (Fernanda Torres, já indicada a melhor atriz no Globo de Ouro) para manter a família unida, depois que seu pai, o ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello) é levado pelas forças de segurança do regime militar no auge repressivo da ditadura. O tempo todo, a opressão da ditadura é o pano de fundo, mas o que ganha protagonismo é mesmo a força de uma mulher em busca da verdade, de descobrir o que aconteceu com seu marido, pai de seus filhos; e quando descobre que Rubens Paiva está morto, a briga  de Eunice é pelo reconhecimento da sua morte, ao mesmo tempo em que mantém a família unida. 

O diretor Walter Salles nos dá um filme contido, cometido – e o olhar de Fernanda Torres é mesmo uma força quase leonina dessa atitude – em que não se busca a abordagem fácil da denúncia, ou a emoção pelo sensacionalismo ou, mesmo, o tom panfletário. Por isso o filme se torna ainda mais contundente ao público brasileiro. Mas, também, por esse tratamento universalista, emociona plateias em todo o mundo. Daí a sua força na corrida a uma indicação como Melhor Filme Internacional no Oscar. 

Por outro lado, é preciso ressaltar que as duas indicações do Globo de Ouro – Melhor Filme em Língua não Inglesa e Melhor Atriz (Fernanda Torres) não aumentam – e as derrotas não diminuem – as chances de premiação pela Academia. 

Há muito tempo o Globo de Ouro deixou de ser um termômetro para o que se dará no Oscar. E, de certo modo, isso nem tem muito a ver com escândalos recentes de compra de votos e que selaram uma espécie de decadência do prêmio dado pelos correspondentes estrangeiros de Hollywood. 

Trata-se de um grupo relativamente pequeno, formado por jornalistas que pouco podem influenciar os humores da Academia. Já tiveram, claro, a sua relevância desde que a premiação foi criada, em 1944, pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, mas sua força como antecipação do Oscar foi sendo minada a partir dos anos 1990, quando os sindicatos que representam a comunidade cinematográfica americana criaram os seus próprios prêmios. 

O verdadeiro termômetro do Oscar está nessas premiações. Afinal, a Academia não deixa de ser, por sua representatividade, um exemplo de “federação sindical”, já que os seus membros são, também, os que compõem a própria instituição que premia com o Oscar, ou seja, são os que votam. Por isso, para se saber as chances reais de um filme a partir de premiações que antecedem o Oscar, é preciso acompanhar as premiações dos sindicatos. 

O mais representativo deles é o SAG Awards, a premiação do sindicato dos atores, que divulga seus indicados no dia 8 de janeiro. Em seguida, temos o DGA Awards, os prêmios do sindicato dos diretores. E outras categorias têm sua premiação: os produtores, os roteiristas, os diretores de fotografia, os montadores, os diretores de arte, os figurinistas etc. E, como já disse, são esses membros que votam, depois, no escrutínio da Academia.

A torcida é grande. Vamos ficar atentos ao desenrolar das premiações – e são várias. Uma ótima notícia veio na última quarta-feira quando o Critic´s Choice Movie Awards anunciou suas indicações. Trata-se do prêmio da associação que reúne os maiores críticos de cinema dos Estados Unidos e que são, sim, formadores de opinião dos mais relevantes. Nessa escolha dos críticos,  Ainda Estou Aqui foi indicado a Melhor Filme Internacional. Mais um bom sinal. 

Cruzem os dedos.

Jeffis Carvalho é jornalista, roteirista e editor de Cinema do Estado da Arte, do Estadão. 

* Os textos das análises e dos artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do Hjur. 

 

Autor

  • Jeffis Carvalho
    Jeffis Carvalho

Post Views: 100

Relacionados Posts

Leonardo Castegnaro, Matteus Macedo, Tracy Reinaldet
Artigo

Apropriação indébita previdenciária e apropriação indébita tributária: condutas parecidas, crimes diferentes

29 de julho de 2025
João Rolla
Artigo

João Rolla: Tarifas, Desafios e Oportunidade

28 de julho de 2025
Black Sabbath - Vol 4
Direito à Arte

Ozzy, eu, o som e a fúria, por Jeffis Carvalho

25 de julho de 2025
Alice Rocha
Artigo

Alice Rocha: A atuação da China na construção de “Multilateralismo Paralelo” à Governança das Organizações Internacionais

22 de julho de 2025
Ennio Moricone
Direito à Arte

Ennio, o Maestro e a música do olhar, por Jeffis Carvalho

18 de julho de 2025
Leonardo de Campos Melo: Projeto de reforma do Código Civil – A história ensina que é preciso tempo e muita reflexão
Artigo

Leonardo de Campos Melo: Projeto de reforma do Código Civil – A história ensina que é preciso tempo e muita reflexão

15 de julho de 2025
Próximo Post
Novo depoimento de Braga Netto à PF depende da análise de material apreendido

Novo depoimento de Braga Netto à PF depende da análise de material apreendido

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

NOTÍCIAS POPULARES

Sem conteúdo disponível

ESCOLHIDAS PELO EDITOR

TRF1 abre concurso para preencher 50 vagas de juiz federal substituto

TRF1 abre concurso para preencher 50 vagas de juiz federal substituto

20 de março de 2025
Trator pulveriza lavoura

Indígenas questionam no STF omissão legislativa sobre pulverização aérea de agrotóxicos

25 de abril de 2025
Conciliações na Justiça do Trabalho somaram R$ 7,74 bi em 2024

Conciliações na Justiça do Trabalho somaram R$ 7,74 bi em 2024

14 de abril de 2025
Prescrição de ações de improbidade desafia Judiciário e evita punição aos ímprobos

Justiça de SP condena 11 pessoas por preconceito contra mulçumana em rede social

9 de julho de 2025

Sobre

Hora Jurídica Serviços de Informação e Tecnologia Ltda. - CNPJ 58.084.027/0001-90, sediado no Setor Hoteleiro Norte, Quadra 1, lote “A”, sala 220- Ed. Lê Quartier, CEP:70.077-000 - Asa Norte - Brasília-DF


Contato: 61 99173-8893

Siga-nos

  • Home Page 1
  • Home Page 2
  • Purchase JNews
  • Intro Page
  • JNews Demos
  • Contact Us

© 2025 Todos direitos reservados | HJUR Hora Jurídica

Welcome Back!

Login to your account below

Forgotten Password?

Retrieve your password

Please enter your username or email address to reset your password.

Log In
Maximum file size: 2 MB

Faça seu cadastro e crie sua conta

Sem Resultados
Ver todos os Resultados
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos

© 2025 Todos direitos reservados | HJUR Hora Jurídica