Por Hylda Cavalcanti
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, marcou o encerramento oficial da Ação Penal 2668 com um discurso que ressaltou a dimensão histórica do julgamento. Embora não integre a 1ª Turma da Corte, Barroso fez questão de participar da sessão final e sublinhar o esforço dos magistrados.
“Eu não participei do julgamento porque não integro a 1ª Turma e não cabe a mim fazer qualquer juízo de mérito, mas fiz questão de estar presente ao final desse julgamento simbólico do STF. Cumprimento o procurador-geral da República, Paulo Gonet; o presidente da Turma, Cristiano Zanin; e, em especial, o relator, Alexandre de Moraes, pela dedicação a esse julgamento”, afirmou.
Julgamento paradigmático
Em sua fala, Barroso classificou o processo como “paradigmático, público, transparente, com o devido processo legal e baseado em provas as mais diversas”. O ministro reconheceu a existência de posições divergentes, mas destacou que apenas “o profundo desconhecimento dos fatos e uma compreensão descolada da realidade” poderiam justificar conclusões distintas da decisão majoritária.
De forma diplomática, fez questão de registrar respeito às opiniões contrárias, numa referência direta ao voto divergente apresentado pelo ministro Luiz Fux.
Um ciclo que se encerra
Para Barroso, a decisão do Supremo vai além de um julgamento penal. “O STF cumpriu o compromisso histórico. Estamos encerrando ciclos do atraso na história brasileira marcados pelo golpismo e pela quebra da legalidade”, declarou.
Ele concluiu sua intervenção em tom conciliador: “Estamos virando uma página na vida brasileira. Que consigamos reforçar relações e pacificar o país. Que possamos iniciar uma era de boa-fé, boa vontade, justiça e prosperidade para todos”.