Ex-ministro Anderson Torres nega participação em golpe e atribui 8 de janeiro a falha no protocolo de segurança

Há 6 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, prestou depoimento negando qualquer participação em tentativa de golpe de Estado. Durante sua fala, o ex-ministro afirmou que os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 ocorreram devido a “falha grave no cumprimento do protocolo” de segurança estabelecido para a manifestação.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa Torres de comportamento omissivo durante os ataques aos Três Poderes, especialmente por estar em viagem aos Estados Unidos na ocasião. Segundo a denúncia, a decisão de viajar mesmo sabendo da possibilidade dos ataques demonstra omissão dolosa que contribuiu para a concretização dos eventos criminosos na Praça dos Três Poderes.

Torres explicou que a viagem aos EUA estava programada desde julho, mas só foi possível realizá-la em janeiro. As passagens foram compradas em novembro, e ele enfatizou que se tratava de férias familiares programadas. “A viagem não foi coincidência”, declarou, referindo-se aos atos de 8 de janeiro.

Protocolo de segurança e atuação da PM

O ex-ministro relatou que só viajou após a elaboração de um protocolo de segurança assinado por vários órgãos. Segundo Torres, até 6 de janeiro não havia chegado nenhum ônibus em Brasília e não existiam relatos de que a manifestação tomaria as proporções que alcançou.

Durante os ataques, Torres disse ter ligado “várias vezes” para o comandante da Polícia Militar e para o governador do DF, afirmando ter ficado “desesperado”. Ele destacou que, desde 1986, a PM não está mais subordinada à Secretaria de Segurança Pública, mas diretamente ao governador do Distrito Federal.

Minuta do golpe vira “minuta do Google”

Sobre o documento encontrado pela Polícia Federal em sua residência, conhecido como “minuta do golpe”, Torres minimizou sua importância, chamando-o ironicamente de “minuta do Google”. O ex-ministro disse não se lembrar do documento e afirmou que ele deveria ter sido destruído há muito tempo.

“O documento era muito mal escrito, cheio de erros de português, de concordâncias, até o nome do tribunal estava escrito errado”, declarou Torres, negando ter discutido o conteúdo com o ex-presidente Bolsonaro ou qualquer outra pessoa. A defesa do ex-ministro contesta todas as acusações, alegando que documentos similares poderiam ser encontrados na internet.

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