Por Hylda Cavalcanti
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) — instituição privada sem fins lucrativos que atua para ampliar a confiança das pessoas no Sistema Financeiro Nacional e tem como missão proteger depositantes em caso de intervenção ou falência de Instituições Financeiras associadas — anunciou nesta quarta-feira (19/11) que vai fazer um aporte de R$ 41 bilhões para garantir os depósitos dos clientes do Banco Master.
A confirmação se deu um dia depois de o Banco Central ter anunciado a liquidação extrajudicial do banco e a Polícia Federal ter deflagrado a operação Compliance Zero, que investiga irregularidades em emissões de títulos e outras questões operacionais. Sobretudo, envolvendo o Master e o Banco de Brasília (BRB).
Maior da história
Conforme informações de dirigentes do FGC, o valor a ser desembolsado é considerado o maior da história do sistema financeiro brasileiro, mas é considerado necessário para garantir investimentos feitos por 1,6 milhão de credores.
De acordo com o que ficou estabelecido no comunicado oficial do FGC, o Fundo garantirá até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ para cada investidor. E realizará o pagamento aos investidores que têm dinheiro em títulos do Banco Master após receber a base de informações do liquidante-administrador nomeado pelo Banco Central, o que ainda não aconteceu.
Alerta sobre autorização
Como liquidante do Banco Master, foi nomeada a EFB Regimes Especiais de Empresas, que tem como responsável técnico, o executivo Eduardo Felix Bianchini. O FGC fez o anúncio seguido de alerta informando que “não autoriza nem credencia nenhum tipo de instituição ou empresa” para intermediar qualquer tipo de acordo relativo ao recebimento de valores assegurados pelo fundo.
E destacou que o atendimento do banco para outros assuntos deve ser acionado pelos canais de comunicação da própria instituição.
Prisão mantida
Também no início desta quarta-feira, a Justiça Federal do Distrito Federal manteve a prisão do banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, após a audiência de custódia realizada na tarde de ontem.
Ele havia sido detido pela Polícia Federal na noite anterior, em São Paulo, quando se preparava para embarcar em um voo internacional. A defesa informou que pretendia apresentar um pedido de habeas corpus ainda na terça para tentar reverter a decisão.
Os advogados solicitaram que Vorcaro permaneça na carceragem da PF em São Paulo por questões de segurança, pedido que ainda aguarda resposta. A juíza que acompanhou a audiência pediu que a corporação informe se há condições de atender à solicitação.
Títulos falsos
A Operação Compliance Zero, da Polícia Federal, investiga esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo o Banco Master. A PF cumpriu vários mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva. Dentre as quais, a do dono do Master, Vorcaro, o ex-sócio Augusto Lima e o tesoureiro, Alberto Félix.
E foram determinados os afastamentos de Paulo Henrique Costa, e do diretor-financeiro do banco, Dario Oswaldo Garcia Júnior. A operação foi deflagrada um dia após o Master anunciar venda para a Fictor e investidores internacionais.



