Da redação
O Ministério Público da Itália emitiu parecer favorável à extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP). A parlamentar está presa cautelarmente no país europeu, por decisão da Corte de Apelação de Roma, que considerou haver grave risco de fuga caso ela permanecesse em liberdade no território italiano.
Zambelli ingressou em território italiano pouco tempo depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) decretar sua prisão no Brasil. A prisão foi ordenada em cumprimento à sentença proferida em 4 de junho de 2025, pelo STF. A Advocacia-Geral da União (AGU) atua no processo de extradição da parlamentar com o objetivo de fazer cumprir as determinações da Justiça brasileira e garantir o retorno da deputada ao país.
Primeira condenação motivou fuga para a Europa
Carla Zambelli foi condenada duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal em processos distintos. Na primeira condenação, a parlamentar recebeu pena de dez anos de prisão por invasão de sistemas do Conselho Nacional de Justiça e falsidade ideológica, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter participado de diversos episódios de vazamento de dados.
Foi após esta primeira condenação que a parlamentar fugiu para a Itália, tentando escapar da Justiça brasileira. No entanto, a estratégia de deixar o país não impediu sua captura. Zambelli acabou presa em julho de 2025, após cooperação internacional entre autoridades brasileiras e italianas, que localizaram e detiveram a deputada em solo europeu.
A Corte de Apelação de Roma avaliou que havia risco concreto de que a parlamentar tentasse fugir novamente caso permanecesse em liberdade, justificando assim a manutenção da prisão cautelar enquanto tramita o processo de extradição. A decisão italiana demonstra a seriedade com que as autoridades europeias tratam casos de fuga de condenados pela Justiça.
Segunda condenação inclui perda de mandato parlamentar
Na segunda condenação, pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, foi fixada pena de 5 anos e 3 meses de prisão, em regime inicial semiaberto, além do pagamento de multa correspondente a 400 salários-mínimos vigentes à época dos fatos, ocorridos em 2022, com devida atualização monetária.
A decisão também determinou a perda do mandato parlamentar, medida que será efetivada após o trânsito em julgado da condenação, ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso.
O processo de extradição agora depende da decisão final das autoridades italianas, que avaliarão o parecer favorável emitido pelo Ministério Público local. Caso a extradição seja concedida, Zambelli será enviada ao Brasil para cumprir as penas determinadas pelo STF. A AGU acompanha de perto todas as etapas do procedimento para garantir que a decisão judicial brasileira seja cumprida integralmente.