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Empresas se manifestam após operações Quasar, Carbono Oculto e Tank da PF em esquemas bilionários

Hylda Cavalcanti Por Hylda Cavalcanti
28 de agosto de 2025
no Manchetes, Polícia Federal
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Empresas se manifestam após operações Quasar, Carbono Oculto e Tank da PF em esquemas bilionários

Por Hylda Cavalcanti

A Reag Investimentos e CIABRASF confirmaram que suas sedes foram alvo de mandados de busca e apreensão durante as operações da Polícia Federal. Ambas afirmaram estar colaborando integralmente com as autoridades e se colocaram à disposição para esclarecimentos.

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As ações, denominadas Quasar, Carbono Oculto e Tank, investigam supostos esquemas de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis, com movimentações que ultrapassam R$ 23 bilhões. Entidades do setor manifestaram apoio às investigações e destacaram a importância de coibir irregularidades.

São 4 operações da PF

Desde o início da manhã desta quinta-feira(28/8), a Polícia Federal (PF) está nas ruas de várias cidades do país atuando simultaneamente em quatro operações diferentes, com mandados de prisão e de busca e apreensão. As duas primeiras, estão sendo realizadas com apoio da Receita Federal. Conforme informações iniciais da PF, existe a possibilidade de todas estarem interligadas. 

A Operação Quasar, a Operação Carbono Oculto e a Operação Tank, estão voltadas ao combate à atuação do crime organizado por meio de sofisticado esquema de lavagem de dinheiro, incluindo irregularidades nas ações do sistema financeiro e também na cadeia produtiva de combustíveis, cada uma com especificações diversas. A quarta, a Operação Anthil, tem como objetivo desbaratar um esquema criminoso de tráfico de drogas em municípios de Minas Gerais.

No caso das operações vinculadas à Receita Federal, embora distintas, ambas têm em comum o objetivo de desarticular esquemas de lavagem de dinheiro, com grande impacto financeiro e envolvimento de organizações criminosas. As investigações envolvem gestão fraudulenta de instituições financeiras por meio de um esquema sofisticado que utilizava fundos de investimento para ocultar patrimônio de origem ilícita, com indícios de ligação com facções.

A estrutura operava por meio de múltiplas camadas societárias e financeiras, nas quais fundos de investimento detinham participação em outros fundos ou empresas, formando uma rede que dificultava a identificação dos verdadeiros beneficiários e tinha como principal finalidade a blindagem patrimonial e a ocultação da origem dos recursos. 

Transações simuladas

Entre as estratégias utilizadas estavam transações simuladas de compra e venda de ativos — como imóveis e títulos — entre empresas do mesmo grupo, sem propósito econômico real. No caso das operações vinculadas à Receita Federal, estão sendo cumpridos, conforme informações da PF, 12 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto (todas, cidades de São Paulo).

Além disso, a Justiça Federal autorizou o sequestro integral de fundos de investimento utilizados para movimentação ilícita, além do bloqueio de bens e valores até o limite de cerca de R$ 1,2 bilhão — valor correspondente às autuações fiscais já realizadas. Também foi determinado o afastamento dos sigilos bancário e fiscal de pessoas físicas e jurídicas envolvidas.

Operação Tank

A Operação Tank, por sua vez, tem como foco o desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado do Paraná. O grupo criminoso atuava desde 2019 e é suspeito de ter lavado pelo menos R$ 600 milhões, movimentando mais de R$ 23 bilhões por meio de uma rede composta por centenas de empresas, incluindo postos de combustíveis, distribuidoras, holdings, empresas de cobrança e instituições de pagamento autorizadas pelo Banco Central.

A estrutura criminosa utilizava diversas táticas para ocultar a origem dos recursos, como depósitos fracionados em espécie (que ultrapassaram R$ 594 milhões), uso de “laranjas”, transações cruzadas, repasses sem lastro fiscal, fraudes contábeis e simulação de aquisição de bens e serviços. 

Além disso, o grupo é suspeito de se valer de brechas no Sistema Financeiro Nacional para realizar transações de forma anônima por meio de instituições de pagamento. As investigações também revelaram práticas de fraude na comercialização de combustíveis, como adulteração de gasolina e a chamada “bomba baixa”, em que o volume abastecido é inferior ao indicado. Pelo menos 46 postos de combustíveis em Curitiba (PR) estavam envolvidos nessas práticas.

SP, RJ e PR

Estão sendo cumpridos, no caso dessa operação específica, 14 mandados de prisão e 42 de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro (nas cidades de Pinhais e Curitiba — no Paraná; Santana de Parnaíba, Barueri, São Paulo, São Caetano do Sul, Mairiporã, Jundiaí, Paulínia, Jardinópolis e Bertioga — em São Paulo; e Rio de Janeiro (RJ).  Foram bloqueados bens e valores de 41 pessoas físicas e 255 jurídicas, totalizando uma constrição patrimonial superior a R$ 1 bilhão. As investigações continuam, com foco na expansão da organização criminosa para outros estados e na responsabilização dos envolvidos.

Há pouco, a empresa Reag, e seu braço financeiro, a Companhia Brasileira de Serviços Financeiros S.A (Ciabrasf), divulgaram nota confirmando que estão sendo cumpridos mandados em suas sedes. No caso da Reag, ela é alvo da Operação Carbono Oculto, que mira mais de 40 outras empresas localizadas na Faria Lima, principal polo financeiro da capital paulista.

A operação PF investiga, em relação a esse caso, um bilionário esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) que envolveria empresas de pagamento, corretoras e fundos de investimento. Com uma trajetória de rápida expansão, a Reag Investimentos  chama atenção por ser a maior gestora independente do Brasil. No documento, assinado conjuntamente por Dario Graziato Tanure, diretor de Relações com Investidores da Reag, e por Thiago Souza Gramari, diretor de Relações com Investidores da Ciabrasf, as duas empresas afirmaram que estão à disposição dos policiais.

Ressaltaram que o que existe, a princípio, é “um procedimento investigativo em andamento”. E que “as companhias esclarecem que estão colaborando integralmente com as autoridades competentes, fornecendo as informações e documentos solicitados, e permanecerão à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais.”. As empresas também se comprometeram a manter acionistas e o mercado informados sobre os desdobramentos do caso. 

Operação Anthil

Já a Operação Lure, que é um desdobramento da Operação Anthill, está nas ruas para cumprir 26 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão preventiva contra integrantes de grupo criminoso atuante no tráfico interestadual de drogas. A “Lure” faz parte da Operação Anthill, deflagrada no ano passado nos municípios mineiros de Uberlândia, Ituiutaba e Patrocínio, além dos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.

As diligências estão sendo realizadas, desta vez, nas cidades mineiras de Uberlândia, Tupaciguara, Patos de Minas, Patrocínio, Santa Luzia e Curvelo. Foram mobilizados para o trabalho cerca de 150 policiais, entre civis e militares. Mais informações serão divulgadas em breve por meio de entrevista coletiva de representantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Policia Federal e Receita Federal.

— Com agências de notícias

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