Ex-jogador cumpre pena de nove anos por estupro coletivo e teve mudança de unidade após solicitação da defesa
O ex-jogador Robinho, condenado pela Justiça italiana a nove anos de prisão por estupro coletivo, foi transferido na manhã desta segunda-feira (17) da Penitenciária II de Tremembé para o Centro de Ressocialização de Limeira, ambos localizados no interior do estado de São Paulo. A informação foi confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), que não divulgou os motivos da decisão.
A mudança de unidade prisional foi feita a pedido da defesa de Robinho e ocorreu poucos dias após a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter se manifestado contrariamente a um pedido de habeas corpus protocolado pelos advogados do ex-atacante.
Nova unidade visa à ressocialização
O Centro de Ressocialização de Limeira tem perfil mais brando em comparação à Penitenciária II de Tremembé, onde Robinho estava detido desde março de 2024. A distância entre as duas unidades é de cerca de 280 quilômetros. A transferência representa uma mudança de cenário para o ex-jogador, que agora cumpre pena em um local com estrutura voltada à reintegração de presos à sociedade.
A Penitenciária II de Tremembé é conhecida nacionalmente como o “presídio dos famosos”, por já ter abrigado nomes como Suzane von Richthofen, Alexandre Nardoni, Roger Abdelmassih e Edinho, filho de Pelé.
Defesa tenta libertação; STF ainda não decidiu
O pedido de soltura apresentado pelos advogados de Robinho argumenta que o tempo de prisão a ser cumprido no Brasil ultrapassaria o determinado pela sentença estrangeira. O caso está em análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que ainda não proferiu decisão sobre o habeas corpus.
A condenação do ex-jogador foi reconhecida e homologada no Brasil, o que permitiu o cumprimento da pena em território nacional, conforme previsto em acordos internacionais. Robinho foi preso em março de 2024, quase um ano após o STF validar a sentença italiana.
Ex-jogador teve dias de pena reduzidos
Durante sua permanência em Tremembé, Robinho teve 69 dias descontados de sua pena como resultado de atividades educacionais. Ele participou de aulas e cumpriu metas de leitura, conforme estabelecido pelas normas de remição de pena do sistema penitenciário brasileiro.
Em entrevista concedida ao Conselho da Comunidade de Taubaté, entidade que atua na promoção dos direitos dos presos, o ex-atacante declarou que nunca recebeu tratamento diferenciado enquanto esteve na penitenciária.
A reportagem do UOL tenta contato com os advogados de defesa para esclarecimentos sobre os motivos que levaram à solicitação da transferência. Até o momento, não houve retorno, e o espaço permanece aberto para manifestação.
Relembre o caso
O crime pelo qual Robinho foi condenado ocorreu em 2013, quando o então jogador defendia o Milan, da Itália. A Justiça italiana o considerou culpado pelo estupro coletivo de uma mulher albanesa em uma boate na cidade de Milão. O processo tramitou em diversas instâncias até que a condenação foi confirmada em definitivo.
A transferência de Robinho acontece num momento de forte exposição pública sobre a forma como o sistema penitenciário brasileiro trata casos envolvendo personalidades conhecidas, além de reacender o debate sobre a execução de penas estrangeiras em território nacional.



