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Uma cidade aliviada?

Jeffis Carvalho Por Jeffis Carvalho
1 de maio de 2025
no Artigo, Direito à Arte
0
Uma cidade aliviada?

Foi por um fio. Ou para ficarmos nos números, por menos de 60 mil votos. A boa e tradicional política, por enquanto, está salva em São Paulo. O candidato disruptivo, e destrutivo, sai derrotado. Os dois candidatos que passam ao segundo turno fazem e acreditam na boa política, já têm currículo que comprovam o seu compromisso com as regras de uma eleição, com o mínimo respeito ao eleitor e à justiça eleitoral. Enfim, não são aventureiros desqualificados. A vitória maior, no caso, foi mesmo da democracia. 

O prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta a reeleição com o apoio do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), apoiado pelo presidente Lula e o PT, vão disputar o segundo turno para a prefeitura da maior cidade brasileira. Em números exatos, Nunes teve 1.801.139 votos, enquanto Boulos somou 1.776.127, uma diferença de apenas 25.012 votos. Pablo Marçal ficou em terceiro, com 1.719.274, 56.880 a menos que o candidato do PSOL.Ou seja, comprovou-se na prática o que os institutos de pesquisa apontaram na véspera: a mais acirrada disputa para prefeito de São Paulo. 

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Como nenhuma eleição existe para absolver, pelo voto, candidatos que cometem crimes, agora se espera que Marçal responda à Justiça por seus atos que atentaram e atentam contra as regras eleitorais. O que  é assustador é que sua retórica antissistema, com atitudes mais do que agressivas, ainda tenha conquistado o apoio de mais de um milhão e setecentos mil eleitores. Por isso mesmo, é preciso que os políticos de verdade, os analistas e estudiosos das eleições e os cientistas políticos se debrucem sobre os resultados para entender o que de fato acontece com nossa democracia e como podemos não só salvá-la mas, principalmente, reduzir os riscos que a todo momento parecem ameaçar a sua sobrevivência. 

Quando foi encerrada a apuração, a deputada federal Tabata Amaral, do PSB, que contou com o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin, logo declarou que seu voto no segundo turno é de Boulos. Tabata teve mais de 600 mil votos, o que representa 9,91% dos votos válidos, terminando na quarta posição. 

Em quinto lugar ficou o que se pode classificar como a maior decepção eleitoral de 2024: o apresentador José Luiz Datena, do PSDB. Assim que confirmou sua candidatura e entrou no rol dos nomes colocados em pesquisa, Datena partiu de cerca de 16% das intenções de voto. Abertas as urnas, ele não conseguiu nem 2% (1,83%), na maior derrota de um candidato do então poderoso PSDB. Humilhação total. 

Favoritismo?

A campanha do segundo começou nesta segunda-feira. Ricardo Nunes larga na frente e não apenas porque chegou na liderança no primeiro turno. Nesses momentos a matemática ajuda – ainda que atrapalhe o desejo dos que torcem pelo outro candidato. O fato é que Guilherme Boulos, com 29% dos votos, terá menos margem para crescer, afinal o teto da esquerda paulistana sempre rondou os 30%. Parte dos votos da ala progressista que foram para Tabata deve, agora, migrar para o candidato do PSOL; mas podem ser insuficientes frente ao potencial de crescimento do adversário. 

O prefeito Ricardo Nunes larga como favorito à reeleição porque parte significativa dos votos dados a Pablo Marçal podem e devem ser colocados no candidato do MDB. Nunes, que parece ser visto pela maioria da população como mais moderado, tem se mostrado muito resiliente às denúncias de corrupção em sua gestão e, torça-se o nariz ou não pra ele, deve-se reconhecer que sua administração afinal conseguiu mostrar o que fez pela cidade. 

O desafio maior de Boulos é conquistar o voto por meio de suas propostas – diga-se, todas coerentes, como a preocupação com o social, e factíveis. E, claro, mais do que nunca, vai precisar do total engajamento do presidente Lula em sua campanha nessa reta final – não se pode esquecer que Lula venceu Bolsonaro na capital paulista em 2022, e Haddad derrotou Tarcísio para o governo, ao contrário do que aconteceu no interior do estado para os dois cargos. A presença de Lula poderá, sim, fazer a diferença, porque do outro lado Tarcísio estará totalmente empenhado em eleger Nunes. 

Um retrato preocupante

Se a cidade se sentiu aliviada com a eliminação do candidato delinquente, os sinais e sintomas que compõem o quadro final da eleição paulistana são,  no mínimo, extremamente preocupantes. A esquerda parece ter perdido muito do seu diálogo com o eleitor, principalmente o da periferia. Há quem aponte a excessiva ênfase às minorias identitárias como um fator que afasta a população mais pobre e carente das mensagens dos progressistas. Por sua vez, grande parte do apelo de Marçal se dá exatamente porque “vende” a ideia de prosperidade, de como cada indivíduo é capaz de ser vencedor nessa realidade tão desigual. 

Há mais de sete anos a Fundação Perseu Abramo, do PT, já apontava em seu estudo Percepções e valores políticos nas periferias de São Paulo, sobre a visão e aspirações da população, que os eleitores são muito religiosos, além de manifestar o desejo de vencer na vida, de crescer pelo próprio esforço. Ficou evidente que isso deriva, em grande parte, da “teologia da prosperidade” dos evangélicos, principalmente dos neopentecostais – o que inclusive explica em grande parte o expressivo crescimento das vertentes evangélicas na sociedade brasileira. Mas ao que tudo indica, a esquerda, os progressistas e, principalmente, o próprio PT não levaram muito a sério essas conclusões e nada se fez. Deu no que deu e Marçal pode ser mesmo sintoma e sinal desse quadro. 

E nada demonstra mais claramente o sucesso dos apelos moralistas e conservadores em São Paulo do que o seu candidato a vereador mais votado em 2024. Um influencer bolsonarista de 26 anos chamado Lucas Pavanato, que tem como carro-chefe de suas propostas a proibição de mulheres trans usarem os banheiros femininos, o fim das cirurgias de mudança de sexo etc. E, pasmem, diz que seu herói é Nikolas Ferreira, o deputado federal mais votado em 2022, um ultradireitista de atuação controversa e muito agressiva. 

Pois é, geralmente as coisas não acontecem por acaso. 

Jeffis Carvalho é jornalista, roteirista, e editor de Cinema do Estado da Arte, do Estadão. 

* Os textos das análises e dos artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do Hjur. 

 

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  • Jeffis Carvalho
    Jeffis Carvalho

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