Ex-presidente foi levado ao DF Star com mal-estar, pressão baixa e vômito; hospital mantém sigilo sobre boletim médico e restringe acesso ao quarto
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está internado no hospital DF Star, em Brasília, desde a tarde de terça-feira (16), sob forte esquema de segurança. Escoltado por policiais, o ex-chefe do Executivo ocupa um leito VIP, ao lado de um quarto reservado para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que o acompanha durante a internação.
Segundo interlocutores envolvidos na operação, a segurança ao redor do quarto foi reforçada com isolamento do perímetro e controle rigoroso do acesso de funcionários. Apenas profissionais autorizados entram no local, e a entrada é proibida com aparelhos celulares, que devem ser deixados em uma baia antes da entrada.
Perímetro vigiado e presença policial no entorno
Do lado de fora do hospital, o clima também é de atenção redobrada. Viaturas da Polícia Militar e um veículo da polícia penal permanecem estacionados nas imediações do prédio, especialmente em uma das laterais, para evitar qualquer movimentação não autorizada.
O esquema de vigilância foi reforçado após o agravamento do quadro clínico do ex-presidente e em razão do contexto político recente: Bolsonaro cumpre prisão domiciliar e foi condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe e outros quatro crimes.
Equipe médica veio de São Paulo
Os médicos Cláudio Birolini, cirurgião, e Leandro Echenique, cardiologista, chegaram a Brasília ainda na noite de terça-feira, vindos de São Paulo. Ambos estão à frente da avaliação clínica de Bolsonaro. Segundo Birolini, os sintomas que levaram à internação foram: mal-estar, vômito, queda de pressão arterial e soluços, além de dificuldade respiratória.
Em nota oficial distribuída à imprensa, Birolini explicou que o objetivo da internação foi permitir a realização de exames complementares e medidas terapêuticas. Não há previsão para a divulgação de novo boletim médico nem estimativa de alta hospitalar.
Episódio de saúde ocorre dias após condenação
A internação desta semana ocorre poucos dias após Bolsonaro ter deixado o hospital pela última vez. No último domingo (14), ele foi ao DF Star para exames, três dias depois da sentença que o condenou a mais de duas décadas de prisão. Naquela ocasião, o boletim médico apontava quadro de anemia e indicava, por tomografia, uma imagem residual de pneumonia recente.
O episódio de terça-feira teria começado ainda em casa, quando o ex-presidente passou mal. Segundo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, a família notou um quadro de pressão arterial baixa e decidiu levá-lo imediatamente ao hospital.
Discrição e controle sobre informações
Diferente de ocasiões anteriores, a internação desta vez tem sido conduzida com maior discrição. Não há boletins regulares e o hospital restringe o contato da equipe com a imprensa. A presença de Michelle Bolsonaro e a exigência do hospital sobre o veto a celulares reforçam o cuidado com a exposição do ex-presidente.
A medida visa garantir privacidade e segurança, mas também tem sido interpretada como uma forma de controlar a disseminação de informações sensíveis no contexto de sua prisão domiciliar e do processo político em que está envolvido.