Da Redação
A Polícia Federal marcou para a próxima segunda-feira (1º/12), às 14h, o depoimento do ex-presidente do Banco de Brasília (BRB) Paulo Henrique Costa sobre a negociação de compra do Banco Master.
No final de semana, informações davam conta de que a oitiva seria realizada nesta terça-feira (25/11), mas, conforme informações de bastidores, a PF atendeu a um pedido do advogado de defesa de Costa, o criminalista Cléber Lopes.
O ex-presidente, afastado na última semana pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, é alvo da operação Compliance Zero, que apura irregularidades em operações feitas entre o banco Master e o BRB.
Operação Compliance Zero
Costa foi alvo de busca e apreensão na Operação Compliance Zero e afastado por 60 dias do comando do banco por ordem judicial. No momento do afastamento, ele estava nos Estados Unidos.
A decisão determinou também o afastamento, pelo mesmo período, do diretor financeiro do BRB, Dario Oswaldo Garcia. Segundo as investigações em andamento, o BRB teria injetado R$ 16,7 bilhões no Master entre 2024 e 2025. Desse total, pelo menos R$ 12,2 bilhões estariam relacionados a movimentações com indícios de irregularidades.
Tentativa de compra do Master
As operações foram realizadas no mesmo período em que o BRB cogitava adquirir o Banco Master e buscava convencer os órgãos de supervisão de que a negociação era segura e não traria risco aos acionistas, entre eles o governo do Distrito Federal. A proposta, porém, acabou rejeitada pelo Banco Central, que, na semana passada, também decretou a liquidação extrajudicial do Master.
Paulo Henrique Costa e outras quatro pessoas são alvos da Polícia Federal na operação Compliance Zero. Além dele e do outro diretor do banco que foram afastados, sete executivos do Banco Master foram presos. Informações de bastidores divulgadas nos últimos dias dão conta de que a prisão dele foi cogitada, mas, depois, o magistrado que autorizou a operação entendeu que não seria necessária.
Esclarecimento dos fatos
Segundo informou o seu advogado, tudo caminha para confirmar que o BRB, sob a nova presidência, esclarecerá todos os fatos em favor do seu cliente.
“Desde a primeira leitura dos autos, fiquei convencido de que algo estava fora do lugar, pois nunca me pareceu razoável que um presidente de banco, sabedor das regras de controle do Banco Central, fosse simplesmente mandar R$ 12 bilhões ao Banco Master. Tenho profundo respeito pelo trabalho da Polícia Federal e do MPF, e não tenho dúvida de que a investigação vai confirmar o que o próprio BRB, sob nova presidência, vem falando sobre as operações”, afirmou o criminalista Cleber Lopes, em entrevista ao portal Metrópoles.
— Com informações da Polícia Federal, da Justiça Federal da 1ª Região e agências de notícias



