Os presidentes Trump e Lula após reunião em Kuala Lumpur, na Malásia

Lula e Trump sinalizam acordo após reunião sobre tarifas

Há 40 minutos
Atualizado segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Presidente brasileiro diz ter tido reunião “surpreendentemente boa” com o norte-americano e afirma que primeiras tratativas técnicas já ocorrerão na próxima semana, em Washington

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (24) que teve uma “surpreendentemente boa” reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e que ambos estão dispostos a chegar a um entendimento sobre as tarifas impostas aos produtos brasileiros. O encontro oficial marcou a primeira conversa presencial entre os dois chefes de Estado sobre o tema, que vem afetando as relações comerciais entre os países.

A declaração de Lula foi feita em sua primeira fala pública após a reunião bilateral. “Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo”, afirmou o presidente, ao destacar que as diferenças ideológicas entre os dois não impedem que tratem das relações de Estado com respeito.

Primeira reunião técnica ocorrerá na próxima semana

De acordo com Lula, uma equipe de alto nível do governo brasileiro será enviada a Washington na próxima semana para dar início às negociações técnicas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará diretamente das tratativas, que buscarão revisar ou mesmo reverter o tarifaço imposto pelos EUA às exportações brasileiras.

O secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Márcio Rosa, confirmou que as negociações serão conduzidas com celeridade. “Em poucas semanas deverá haver um acordo”, afirmou Rosa, destacando que a expectativa é de avanços significativos já nas primeiras conversas.

Sanções e tarifas seguem em vigor por ora

Apesar do tom otimista adotado pelos dois governos, ainda não houve a suspensão temporária das tarifas durante o processo de negociação — uma das principais demandas do Brasil. Também não houve, até o momento, cancelamento das sanções impostas a autoridades brasileiras, o que segue sendo tratado no âmbito diplomático.

Essa ausência de anúncios imediatos frustrou parte das expectativas do governo brasileiro, que esperava um gesto simbólico por parte de Trump como sinal de boa vontade nas negociações.

Pressões políticas ficaram fora da mesa

Márcio Rosa frisou que as negociações atuais não incluem qualquer tipo de exigência política por parte dos Estados Unidos. “Os aspectos políticos não estão mais na mesa, e nunca poderiam ter estado”, declarou, ao mencionar a condição inicial de que o governo brasileiro interviesse no processo penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

A insatisfação com essa exigência chegou a gerar tensão entre os dois países nos bastidores, mas agora, segundo Rosa, o foco está exclusivamente na pauta econômica e comercial.

Reaproximação pragmática

O tom adotado por Lula e Trump sinaliza uma tentativa de reaproximação pragmática, baseada em interesses mútuos. “Foi surpreendentemente boa a reunião que eu tive com Trump”, reforçou Lula, dando a entender que há uma abertura inédita para resolver pendências históricas entre Brasil e Estados Unidos.

Os presidentes haviam se falado por telefone no dia 6 de outubro e tiveram um encontro breve em setembro, durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), mas só agora houve uma reunião oficial dedicada ao tema das tarifas.

Com as negociações prestes a se intensificar em nível técnico e ministerial, as próximas semanas serão decisivas para definir se o entendimento entre Lula e Trump se converterá, de fato, em um acordo comercial concreto.

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