Publicar artigo

Moraes acusa grupo de usar ABIN e GSI para se perpetuar no poder e atacar democracia

Da Redação Por Da Redação
9 de setembro de 2025
no Julgamento do Século, Manchetes, STF, Trama golpista
0
Fachada do prédio da ABIN

O ministro Alexandre de Moraes detalhou durante julgamento no STF como organização criminosa utilizou estruturas de inteligência do Estado para se perpetuar no poder após eleições de 2022. Segundo o relator, grupo liderado por Jair Bolsonaro iniciou ataques sistemáticos ao Tribunal Superior Eleitoral e à democracia brasileira para desrespeitar resultado das urnas. Alexandre Ramagem e Augusto Heleno são acusados de utilizar indevidamente ABIN e Gabinete de Segurança Institucional para neutralizar sistema de freios e contrapesos democráticos.

A organização criminosa teria começado atuação sistemática a partir de julho de 2021, dois anos antes do pleito presidencial. “Organização criminosa iniciou sua atuação para se perpetuar no poder, seja atacando o TSE, seja atacando a democracia”, afirmou Moraes. Objetivo era deslegitimar antecipadamente eventual derrota eleitoral através de narrativa de fraude nas urnas eletrônicas.

LEIA TAMBÉM

Acompanhe o voto do ministro Flávio Dino agora à tarde no minuto a minuto do HJur

Moraes mistura ironia e contundência em voto contra núcleo militar da trama golpista

Estratégia visava desacreditar urnas eletrônicas brasileiras

Moraes destacou que parte dos réus praticaram atos executórios para “desacreditar as urnas, deslegitimar a justiça eleitoral e judiciário”. Campanha sistemática buscava “jogar parcela da população contra o judiciário e eleições” através de informações falsas. Estratégia tinha como meta final “desacreditar a democracia e se perpetuar no poder” independentemente do resultado das urnas.

O ministro enfatizou que todos os acusados acompanharam “procedimentos de deslegitimação daquilo que sempre foi orgulho do Brasil”. Segundo Moraes, urnas eletrônicas, justiça eleitoral e eleições livres representam conquistas da redemocratização brasileira. Ataques sistemáticos a esses pilares configuraram crime contra o Estado Democrático de Direito.

Organização criminosa utilizou estrutura estatal para “estruturar e divulgar narrativa criminosa que ameaçava a justiça eleitoral”. Aparato de inteligência do governo foi desviado de suas funções constitucionais para servir interesses eleitorais. Desvio de finalidade caracterizou abuso de poder e uso da máquina pública para fins privados.

ABIN paralela perseguiu adversários políticos sistematicamente

Paralelamente ao ataque às urnas, desenvolveu-se sistema clandestino de monitoramento de opositores políticos. “Se desenvolveu a ABIN paralela – sistema de monitoramento de perseguição de adversários políticos”, revelou Moraes. Estrutura informal operava fora dos controles institucionais regulares da agência de inteligência nacional.

A utilização indevida “tanto do GSI quanto da ABIN, subordinada a ele, iniciou essa desinformação”. Órgãos governamentais divulgaram informações falsas para “desacreditar, deslegitimar, ameaçar o poder judiciário”. Objetivo era “evitar o sistema de freios e contrapesos e executar planejamento de perpetuação no poder independentemente das eleições”.

Alexandre Ramagem, ex-diretor da ABIN, e Augusto Heleno, ex-ministro do GSI, são acusados de liderar operação. Segundo Moraes, ambos “utilizaram indevidamente estrutura de inteligência para neutralizar freios e contrapesos”. Desvio das agências estatais caracterizou instrumentalização criminosa do aparato de segurança nacional.

Ataque sistemático ameaçou estabilidade democrática brasileira

O ministro contextualizou gravidade dos crimes praticados pela organização contra pilares fundamentais da democracia. Sistema eleitoral brasileiro conquistou reconhecimento internacional pela transparência e confiabilidade das urnas eletrônicas. Campanha de deslegitimação sistemática colocou em risco credibilidade construída ao longo de décadas.

Moraes considerou desnecessário “esse detalhamento” sobre procedimentos de deslegitimação, mas enfatizou amplitude da conspiração. Todos os réus participaram direta ou indiretamente da campanha contra instituições democráticas brasileiras. Coordenação entre diferentes núcleos demonstra sofisticação da organização criminosa investigada.

A acusação consolida entendimento de que grupo não planejava apenas contestar resultado eleitoral. Estratégia mais ampla visava minar fundamentos do sistema democrático para viabilizar permanência no poder. Uso de estruturas estatais de inteligência agravou crimes praticados contra o Estado Democrático de Direito brasileiro.

Autor

  • Da Redação
    Da Redação

Post Views: 41
Tags: AbinGSIperpetuação no Podertrama golpista

Relacionados Posts

Acompanhe o voto do ministro Flávio Dino agora à tarde no minuto a minuto do HJur
Head

Acompanhe o voto do ministro Flávio Dino agora à tarde no minuto a minuto do HJur

9 de setembro de 2025
Moraes mistura ironia e contundência em voto contra núcleo militar da trama golpista
Julgamento do Século

Moraes mistura ironia e contundência em voto contra núcleo militar da trama golpista

9 de setembro de 2025
Moraes vota pela condenação de Bolsonaro e militares em núcleo da trama golpista
Julgamento do Século

Moraes vota pela condenação de Bolsonaro e militares em núcleo da trama golpista

9 de setembro de 2025
PEsquisa Atlas Intel comprova rejeição crescente à tese da ditadura do judiciário
Julgamento do Século

Na etapa final do julgamento, pesquisa aponta crescimento da rejeição à tese de “ditadura do judiciário”

9 de setembro de 2025
Bolsonaro cumprimenta o General Mário Fernandes, autor do plano de assassinatos Punhal Verde Amarelo
Julgamento do Século

Moraes enumera atos violentos e diz que “Punhal Verde e Amarelo” menospreza a inteligência do STF

9 de setembro de 2025
Bolsonaro discursa para a multidão incitando ao descumprimento de ordens judiciais
Julgamento do Século

Discurso golpista de Bolsonaro no 7 de setembro de 2021 comprova grave ameaça, diz Alexandre de Moraes

9 de setembro de 2025
Próximo Post
Manhã no STF: Irritação de bolsonaristas, críticas ao PL da anistia, juristas e estudantes alertas

Manhã no STF: Irritação de bolsonaristas, críticas ao PL da anistia, juristas e estudantes alertas

NOTÍCIAS POPULARES

Sem conteúdo disponível

ESCOLHIDAS PELO EDITOR

Braga Netto nega golpe e chama 8 de janeiro de “vandalismo”

Braga Netto nega golpe e chama 8 de janeiro de “vandalismo”

10 de junho de 2025
A foto mostra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, em julgamento no plenário da Corte. Ele é um homem branco e careca.

Google diz a Moraes que não consegue informar dados de responsável por inserir “minuta do golpe” na internet

23 de junho de 2025
Celso de Mello - a nencessidade de regula~~ao das bigtechs

Celso de Mello: Discurso de ódio, desinformação, intolerância, redes sociais e regulação das big techs

26 de maio de 2025
Mesmo com inadimplência, empresa de transporte é obrigada a conduzir carteiros

Mesmo com inadimplência, empresa de transporte é obrigada a conduzir carteiros

14 de janeiro de 2025
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
  • Quem somos
  • Equipe
  • Política de Respeito à Privacidade
  • Fale Conosco
  • Artigos
  • Quem somos
  • Equipe
  • Política de Respeito à Privacidade
  • Fale Conosco
  • Artigos

Hora Jurídica Serviços de Informação e Tecnologia Ltda. – CNPJ 58.084.027/0001-90, sediado no Setor Hoteleiro Norte, Quadra 1, lote “A”, sala 220- Ed. Lê Quartier, CEP:70.077-000 – Asa Norte – Brasília-DF

Contato: 61 99173-8893

© 2025 Todos direitos reservados | HJUR Hora Jurídica

Maximum file size: 2 MB
Publicar artigo
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos
Sem Resultados
Ver todos os Resultados
  • STF
  • Hora do Cafezinho
  • Palavra de Especialista
  • OAB
  • Congresso Nacional
  • Artigos

© 2025 Todos direitos reservados | HJUR Hora Jurídica