O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, apresentou detalhes sobre os planos golpistas que incluíam assassinatos e atentados terroristas. A operação “punhal verde e amarelo” previa eliminar autoridades eleitas e instaurar uma ditadura no país.
Os eventos violentos começaram em dezembro de 2022, com ataques a ônibus no dia 12, data da diplomação presidencial. Segundo as investigações, os manifestantes foram incitados pelo discurso de fraudes eleitorais que nunca foram comprovadas.
Atentado terrorista marca escalada da violência
Em 24 de dezembro, uma bomba explodiu no aeroporto de Brasília em claro ato terrorista. O artefato poderia ter ferido dezenas de pessoas inocentes, demonstrando a gravidade dos planos golpistas.
A explosão não foi um ato isolado, mas parte de uma tentativa coordenada de tomar o poder ilegalmente. Os mesmos grupos posteriormente organizaram os ataques de 8 de janeiro contra as sedes dos três poderes.
Organização criminosa liderada por ex-presidente
Moraes apontou que a organização criminosa era presidida por Jair Bolsonaro, que não aceitava a alternância democrática no poder. O grupo planejava retomar uma ditadura similar à que durou mais de 20 anos no Brasil.
Em 18 de novembro, o general Braga Netto disse aos manifestantes acampados: “vocês não percam a fé, é só o que posso falar agora”. A frase demonstra clara incitação ao golpe de Estado.
Plano detalhado previa assassinatos de autoridades
O documento “punhal verde e amarelo” foi impresso na sede do Palácio do Planalto em 9 de novembro. O planejamento incluía matar o presidente eleito, vice-presidente e ministros do STF com armas pesadas.
Seis militares das forças especiais participaram da operação, apelidada de “Copa 2022” em referência à série Casa de Papel. Cada participante tinha um codinome diferente para dificultar a identificação.
Envenenamento e colapso orgânico entre as opções
Para eliminar Lula e Geraldo Alckmin, o grupo cogitou usar veneno ou medicamentos que induzissem colapso orgânico. As conversas entre Mauro Cid, Rafael Martins e outros conspirados mencionavam que “algo vai acontecer, aguardem”.
Mário Fernandes, da Secretaria de Governo, imprimiu o documento e se dirigiu ao Palácio da Alvorada. Permaneceu uma hora conversando com Bolsonaro no mesmo dia da impressão do plano.
Todos os indícios levam a Bolsonaro
]De acordo com ao relator da AP-2668, Bolsonaro sabia de todas as operações violentas. Ele recebeu cópia do plano de assassinato do presidente e vice eleitos, e da captura, com a utilização de armas pesadas, do próprio Alexandre de Moraes. Para o ministro, desprezar o significado desses indícios e provas seria menosprezar a inteligência da Corte.