A Polícia Civil do Piauí deflagrou na quarta-feira (6) a Operação Hard Reset, que desarticulou uma organização criminosa especializada em crimes cibernéticos contra sistemas judiciais. A ação teve foco na invasão não autorizada das credenciais de um magistrado do Tribunal de Justiça do Piauí, utilizadas para realizar bloqueios bancários fraudulentos e emitir ordens judiciais falsas.
A operação contou com apoio da Polícia Civil de Goiás no cumprimento de mandados de prisão e busca na cidade de Itumbiara. O Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública também participou da ação.
A investigação teve início após a descoberta da invasão das credenciais institucionais do magistrado piauiense. Os criminosos utilizaram indevidamente o login para acessar sistemas judiciários oficiais.
Com as credenciais comprometidas, o grupo realizava bloqueios bancários fraudulentos em nome da Justiça. Também emitiam ordens judiciais falsas, comprometendo a integridade dos sistemas públicos.
Crimes praticados podem resultar em até 22 anos de prisão
A Central de Inquéritos de Teresina autorizou as medidas judiciais com base em relatórios técnicos e manifestações do Ministério Público. A polícia ainda investiga detalhadamente como a organização criminosa operava.
A ação visa identificar todos os envolvidos na invasão dos dispositivos institucionais comprometidos. O objetivo é responsabilizar os criminosos que representaram risco direto à ordem pública.
O nome “Hard Reset” faz referência ao termo tecnológico usado para restaurar sistemas ao estado original. A escolha simboliza o objetivo de restabelecer a segurança dos sistemas judiciais invadidos.
Ciberlab atua no combate a crimes virtuais
O Laboratório de Operações Cibernéticas é uma coordenação da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência. A estrutura conta com equipe especializada em tecnologia da informação.
O laboratório utiliza técnicas avançadas de investigação para rastrear a origem de crimes virtuais. O trabalho inclui a identificação dos responsáveis por ataques cibernéticos contra instituições públicas.
A especialização permite maior eficácia no combate a organizações criminosas que atuam no ambiente digital. O Ciberlab representa importante ferramenta na modernização das investigações policiais.
Legislação prevê penas severas para crimes cibernéticos
Os crimes apurados incluem acesso não autorizado a sistemas informáticos, conforme artigo 154-A do Código Penal. Também se enquadram em fraude eletrônica, prevista no artigo 171, §2º-A do mesmo código.
A falsidade ideológica está tipificada no artigo 299 do Código Penal brasileiro. A lavagem de dinheiro é crime previsto no artigo 1º da Lei 9.613/98.
Em caso de condenação por todos os crimes de forma cumulativa, a pena pode chegar a 22 anos de reclusão. A severidade das penalidades reflete a gravidade dos crimes cibernéticos contra o sistema judiciário.