A foto mostra carros apreendidos pela PF durante fase da operação Route.

Operação Route 156: PF e CGU miram fraudes em licitação do DNIT, em BR do Amapá

Há 3 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Da redação

A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) deflagraram nesta terça-feira (22) a Operação Route 156, que investiga crimes em licitações e contratos administrativos relacionados à manutenção rodoviária da BR-156, no Amapá, sob responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A investigação aponta fraudes em quatro procedimentos licitatórios que resultaram em contratos no valor de R$ 60 milhões.

A Operação mobilizou 45 policiais federais e quatro auditores e técnicos da CGU que cumpriram 11 mandados de busca e apreensão nos estados do Amapá, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais. Além das buscas, a Justiça Federal determinou o afastamento cautelar por 10 dias do Superintendente do DNIT/AP e de uma servidora da autarquia, ambos suspeitos de participação ativa no esquema e o congelamento de R$ 8,06 milhões em ativos dos envolvidos.

Entre 2024 e 2025, as empresas investigadas já receberam R$ 32 milhões da União para serviços de manutenção que apresentam baixíssimo índice de execução.

Denúncia revelou esquema de fraude em licitações

A investigação começou a partir de denúncia que indicava fraudes em quatro procedimentos licitatórios conduzidos pelo DNIT em 2024. O objeto dos contratos era a realização de manutenção de trechos da rodovia federal BR-156, considerada a principal via de transporte rodoviário do Amapá.

Levantamentos realizados pela CGU e por órgãos parceiros confirmaram os fatos denunciados, incluindo a suposta fraude ao caráter competitivo das licitações e a realização de contratos milionários com empresas que posteriormente apresentaram desempenho questionável na execução dos serviços. Uma delas, após mais de um ano de execução contratual, conseguiu executar apenas 16%, em média, do orçamento destinado aos seus dois contratos de manutenção rodoviária

As apurações também revelaram operações financeiras com características de lavagem de capitais, bem como a atuação de uma organização criminosa formada por agentes públicos e privados.

A BR-156, localizada no Amapá, compreende aproximadamente 823 quilômetros de extensão, ligando Laranjal do Jari, no sul do estado, até Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa. A rodovia é fundamental para o escoamento de produtos, transporte de pessoas e desenvolvimento econômico de uma das regiões mais isoladas do país.

Resultado Operacional


Durante uma das buscas em Macapá, a PF apreendeu 3 pistolas, 1 fuzil .556 e aproximadamente 250 munições. O investigado é CAC e a PF iniciará o processo de cassação do registro.

No cumprimento de outro mandado de busca, na cidade de Nova Lima/MG, os agentes apreenderam 3 veículos da marca Porshe, além de 13 quadros obras de arte de Guignard e Portinari, joias e relógios de luxo.

Os envolvidos poderão responder, na medida de suas participações, pelos crimes de fraude à licitação, organização criminosa, prevaricação, violação de sigilo funcional, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Canais para novas denúncias

A CGU mantém a Plataforma Fala.BR, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), para recebimento de denúncias relacionadas a esta operação ou quaisquer outras irregularidades. As denúncias podem ser feitas de forma anônima através do formulário eletrônico disponível no portal.

Para denúncias relacionadas à Operação Route 156, os cidadãos devem marcar a opção “Operações CGU” no campo “Sobre qual assunto você quer falar” e mencionar o nome da operação e a Unidade da Federação no campo “Fale aqui”.

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