Da redação
Parlamentares da oposição protestaram nesta quarta-feira (6), no salão azul do Senado, contra as medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES). Liderado pela senadora Damares Alves (Republicanos/DF), o grupo afirmou que não aceita nenhum acordo que coloque em risco o mandato de do Val.
“O time que está aqui não aceita nenhum acordo que coloca em risco o mandato do senador Marcos do Val. Nenhum acordo. Primeiro, o senador Marcos do Val não tem nenhuma condenação. Mais que isso: nenhuma denúncia contra ele. Negociar o quê? Não temos nada a negociar com relação ao mandato dele”, afirmou Damares Alves.
Durante a entrevista coletiva, Marcos do Val usou um esparadrapo na boca para simbolizar censura e mostrou a tornozeleira eletrônica.
Acordo para “salvar” do Val
O acordo a que Damares se refere teria sido discutido por um grupo de senadores com os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso, segundo O Globo. As negociações, conduzidas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), teriam como objetivo encerrar a crise provocada no Congresso pela implantação da tornozeleira eletrônica em Marcos do Val na última segunda-feira.
A proposta seria apresentar um pedido de revisão das medidas determinadas por Moraes contra Do Val e, em contrapartida, a mesa diretora do Senado suspenderia o mandato do parlamentar pela divulgação de relatórios sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o 8 de janeiro entregues à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI).
Operação da PF
Marcos do Val foi recebido pela Polícia Federal ao desembarcar em Brasília na última segunda-feira (4), após viajar para os Estados Unidos sem autorização do STF, que havia determinado a apreensão do passaporte do parlamentar em 2024. Por determinação de Moraes, o senador passou a usar tornozeleira eletrônica, teve os bens bloqueados e está proibido de usar as redes sociais.
A decisão foi motivada, segundo Moraes, pelo “absoluto desrespeito” às medidas cautelares anteriormente determinadas pela Corte e em “afronta” ao Poder Judiciário.