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Trump, o performático errante… E errado

Jeffis Carvalho Por Jeffis Carvalho
11 de abril de 2025
no Artigo, Direito à Arte
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Trump apresenta sobretaxas agora proibidas pela Justiça

Há treze anos, quando ainda nem se pensava na possibilidade de uma figura como Donald Trump se tornar presidente dos Estados Unidos da América, o filósofo Gilles Lipovetsky lançou o livro A Estetização do Mundo – Viver na Era do Capitalismo Artista, que escreveu com o professor de literatura e cinema Jean Serroy. Na introdução, os autores escrevem: “No decorrer da sua história secular, as lógicas produtivas do sistema mudaram. Não estamos mais no tempo em que produção industrial e cultura remetiam a universos separados, radicalmente inconciliáveis; estamos no momento em que os sistemas de produção, de distribuição e de consumo são impregnados, penetrados, remodelados por operações de natureza fundamentalmente estéticas. O estilo, a beleza, a mobilização dos gostos e das sensibilidades se impõem cada dia mais como imperativos estratégicos de marcas: é um modo de produção estético que define o capitalismo de hiperconsumo”. 

O que vemos desde o dia 20 de janeiro, quando Trump tomou posse e voltou a ocupar a presidência dos Estados Unidos é a exemplificação do que foi descrito por Lipovetsky e Serroy. Mais do que qualquer implicação decorrente de propostas e projetos de governo – para o bem e para o mal – o que todos vemos diariamente é o grau máximo de estetização da política, da teatralidade do poder do eleito para comandar a maior potência do planeta. Quase como se fosse a repetição da história, nos faz lembrar do alerta lançado pelo filósofo alemão Walter Benjamin, na década de 1930, na conclusão de seu célebre ensaio A Obra de Arte da Época de sua Reprodutibilidade Técnica. Benjamin escreveu que “na época de Homero, a humanidade oferecia-se em espetáculo aos deuses olímpicos: agora, ela se transforma em espetáculo para si mesma. Sua auto alienação atingiu o ponto que lhe permite viver sua própria destruição como um prazer estético de primeira ordem. Eis a estetização da política, como a pratica o fascismo”. 

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E nessa toada teatral já se pode antever que estamos assistindo a um processo inédito de total calibragem performática. A melhor aposta que podemos fazer diante dos fatos que se avolumam de forma avassaladora em confusão, imprevisibilidade e posturas erráticas, é que fomos inseridos em um reality show, com transmissão direta da Casa Branca. No comando da atração ao vivo, temos um performer com caras e bocas, piscadelas, tiques de expressão, uma pele que parece sempre estar ardendo em fogo, refletindo numa cabeleira alaranjada para ofuscar o próprio Bozo – no caso, o palhaço mesmo. 

Lançado nos Estados Unidos e na Europa no início de março, o novo livro do sociólogo americano Richard Sennett pode lançar luz no assustador fenômeno trumpiano. Em The Performer: Art, Life, Politics (ainda sem tradução em português), Sennett escreve que “figuras como Donald Trump são habilidosos em performances malignas, que recorrem a uma ampla gama de dispositivos e materiais teatrais. Para as quais, no entanto – ressalta o sociólogo – a melhor resposta não é abominar suas técnicas – tentar combatê-las apenas com fria correção – mas que a “criação artística” “reaja” de maneiras igualmente convincentes”.  A performance, ele acredita, e as emoções que ela desperta, são fundamentais para o ser humano. 

Um dos fatores decisivos da performance de Trump está na sua imprevisibilidade. Como forma de expressão – objeto primeiro de seu estudo – Sennett afirma que, para o público, Trump ser imprevisível é associado imediatamente à ideia-força de ser autêntico. O que explica, em parte, a ressonância do discurso político de um sujeito como Donald Trump. E para isso não há limite e, muito menos, decência. 

Na semana em que ficamos chocados com as  idas e vindas das decisões  de Trump, com os mercados derretendo em todo mundo, com a guerra comercial em marcha, com tarifas e mais tarifas, o que mais nos perguntamos é se, afinal, isso tudo faz parte de alguma estratégia. Passado o susto, muitos economistas, analistas e jornalistas concluíram que não – é só burrice mesmo. Por óbvio que até podemos identificar que há mesmo algum método nessa loucura. 

Mas, com certeza, ficamos com a sensação de que, antes de mais nada, há, sim, muita loucura no método. 

 Jeffis Carvalho é jornalista, roteirista e editor de Cinema do Estado da Arte, do Estadão. 

* Os textos das colunas, análises e artigos são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do Hjur. 

Autor

  • Jeffis Carvalho
    Jeffis Carvalho

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