Ministra Cármen Lúcia ressalta contribuição do equipamento para a democracia brasileira
A urna eletrônica brasileira completou 29 anos neste 13 de maio, consolidando-se como um dos símbolos mais importantes da modernização do processo eleitoral e da própria democracia no país. Durante sessão plenária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, destacou a importância histórica do equipamento.
“Faço a vinculação entre o voto, a forma de votar e o instrumento tão importante para a cidadania brasileira: a urna eletrônica, segura, auditável, transparente”, afirmou a ministra durante a sessão.
Reconhecimento internacional
A presidente do TSE enfatizou que o sistema brasileiro é estudado mundialmente como modelo de referência. “Todos os países do mundo olham e registram a excelência das eleições brasileiras exatamente pelo uso do processo eletrônico para votação”, ressaltou Cármen Lúcia.
A implementação da urna eletrônica em 1996 representou uma resposta a um histórico de fraudes que marcaram o sistema de votação manual brasileiro desde o período imperial.
Combate à fraude eleitoral
Antes da informatização, as eleições no Brasil eram frequentemente afetadas por fraudes estruturais, como coação de eleitores, manipulação de cédulas, troca de urnas e inserção de votos falsos.
A automação do processo reduziu drasticamente a intervenção humana, principal fonte de erros e manipulações. Desde sua criação, a urna passou por 14 versões diferentes, com constantes atualizações tecnológicas.
Tecnologia e segurança
O modelo mais recente, a UE2022, fabricado em 2023, trouxe melhorias na capacidade de processamento, interação com o mesário por teclado sensível ao toque e novos recursos de segurança.
Desde 2008, a Justiça Eleitoral incorporou a identificação biométrica, tornando o processo ainda mais seguro ao impedir que uma pessoa vote no lugar de outra e facilitar a detecção de registros duplicados no cadastro eleitoral.
Legado democrático
Em 29 anos de uso, nunca se comprovou qualquer fraude no sistema eletrônico de votação brasileiro. Mais do que um equipamento tecnológico, a urna eletrônica representa uma conquista cívica, resultado de décadas de aperfeiçoamento institucional.
A ministra Cármen Lúcia prestou homenagem aos presidentes anteriores do TSE que contribuíram para a evolução do sistema. “Eles se empenharam para a superação de problemas que havia nas eleições anteriores, com a urna de lona, com a votação nominal tomada manualmente, artesanalmente”, concluiu.