Por Carolina Villela
José Luis Oliveira Lima, advogado do ex-ministro da Defesa, Braga Netto, afirmou que o tenente-coronel Mauro Cid mentiu durante a acareação realizada nesta terça-feira (24) na sala de audiências do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro mudou mais uma vez a versão ao alegar ter recebido uma sacola de dinheiro de Braga Netto em três locais diferentes: em uma garagem, em um estacionamento e, agora, na sala de ajudância de ordens da Presidência da República.
“Agora, ele trouxe um terceiro lugar de onde teria sido entregue o dinheiro. Eu perguntei: o senhor tem prova disso? Cadê a prova da entrega desse dinheiro? Cid teria respondido: não, eu não tenho”, afirmou o advogado”.
O general deixou o STF sem falar com a imprensa.
Cid estava constrangido, diz a defesa de Braga Netto
De acordo com Oliveira, Mauro Cid permaneceu o tempo todo de “cabeça baixa”, e se mostrou “constrangido”. O advogado afirmou que o tenente-coronel não reagiu ao ser confrontando por Braga Netto, que o acusou de mentir em seus depoimentos.
“Ele o chamou de mentiroso e ele não retrucou quando teve a oportunidade de falar”, afirmou a defesa.
Quebra de prerrogativas
O advogado de Braga Netto alegou que houve quebra de prerrogativas, já que todos os atos do processo foram gravados e divulgados, menos a acareação. Ele diz que teve o direito de gravar o procedimento negado pelo ministro Alexandre de Moraes e que vai acionar a OAB.
Oliveira disse, ainda, que Moraes e o Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, também fizeram perguntas, mas não revelou o conteúdo.
Por fim, afirmou que vai pedir mais uma vez ao STF a anulação da delação premiada de Mauro Cid. “É um escândalo. Ele mentiu mais uma vez perante ao Supremo Tribunal Federal”, concluiu.