Alexandre de Moraes determina que transporte de Bolsonaro deve ser coordenado pela PF ou Polícia Penal, excluindo GSI

Há 25 segundos
Atualizado quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Por Carolina Villela

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (17) que o transporte e deslocamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, deve ser organizado, coordenado e realizado exclusivamente pela Polícia Federal ou Polícia Penal. A decisão exclui os agentes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) das operações, que continuarão responsáveis apenas pela segurança dos familiares do ex-presidente.

A medida foi adotada no (INQ) 4995 após problemas identificados no último domingo, quando Bolsonaro foi levado ao hospital para exames médicos. Moraes ressaltou que “o desembarque e embarque foram realizados em local errado, ao ar livre e mediante diversas pessoas”.

Segundo o ministro, a padronização dos procedimentos é necessária “para maior segurança do custodiado e a garantia da ordem pública”, evitando situações que possam comprometer os deslocamentos.

Ex-presidente recebe alta após internação por problemas de saúde

Bolsonaro recebeu alta médica nesta quarta-feira (17) após ser internado com quadro de vômitos, tontura, queda da pressão arterial e pré-síncope. A internação ocorreu apenas três dias após o ex-presidente ter realizado uma série de procedimentos médicos no mesmo hospital, incluindo a remoção de oito lesões cutâneas.

O laudo patológico confirmou a presença de carcinoma de células escamosas “in situ” em duas das oito lesões operadas. Este tipo de câncer de pele, em estágio inicial, se origina nas células da camada mais externa da epiderme e geralmente é causado pela exposição prolongada ao sol.

Relatório da Polícia Penal revela problemas na escolta

Na última segunda-feira (15), Moraes cobrou da Polícia Penal do Distrito Federal relatório detalhado sobre a escolta realizada durante o transporte ao hospital. O ministro solicitou informações específicas sobre o veículo utilizado, quais agentes permaneceram no quarto durante o atendimento médico, o tempo de permanência no local e questionou a demora no retorno após a liberação médica.

Em resposta, a Polícia Penal informou que “na saída, esta equipe se deparou com um número muito grande de populares bem próximo à viatura que o alvo iria embarcar”. O documento relata que Bolsonaro “permaneceu em pé, imóvel, por alguns minutos, tempo em que o médico que lhe acompanhava, Cláudio Birolini – CRM 69514 SP, dava entrevista prestando esclarecimentos sobre o procedimento médico realizado”.

Durante este período, segundo o relatório, “o monitorado foi fotografado e filmado, mas sem proferir palavras ou gestos, enquanto aguardava o médico”. A Polícia Penal justificou que, “em decorrência do grande número de apoiadores, bem como o risco iminente de eventual desordem, os policiais optaram em não dar comando verbal ou usar a força necessária para que o monitorado embarcasse imediatamente”.

A escolta, conforme relatado pela Polícia Penal, teve início às 7h30 e término às 14h30, “contando o tempo inteiro com equipes das Polícias Penal e Federal”.

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