Da Redação
Dez estudantes da rede pública do Distrito Federal começaram esta semana uma jornada que pode transformar suas vidas: a primeira turma do Programa Adolescente-Jovem Aprendiz do Conselho Nacional de Justiça. A iniciativa histórica marca o início de uma parceria entre o CNJ e o Centro Salesiano do Menor (Cesam) que promete ser um divisor de águas na vida de adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social.
O programa permite que os participantes aprendam uma profissão enquanto mantêm os estudos regulares, oferecendo uma ponte concreta entre a educação e o mercado de trabalho.
“Sejam muito bem-vindos ao mundo do trabalho, mas não deixem de estudar! Aproveitem essa oportunidade para conhecerem a si mesmos e descobrirem o melhor que podem ser”, disse o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do CNJ e do STF, durante a cerimônia de boas-vindas aos jovens.
Uma oportunidade que transforma famílias
Os alunos selecionados são provenientes de famílias beneficiárias de programas socioassistenciais, principalmente das cidades-satélites do Distrito Federal. Para muitos, a bolsa oferecida pelo programa representa uma importante fonte de renda familiar, ajudando com despesas básicas como aluguel, alimentação e contas de luz e água.
Laiane Gomes, de 16 anos, estudante do 2º ano do ensino médio em Samambaia, enxerga no programa uma oportunidade de retribuir os sacrifícios da mãe. “Lá em Samambaia, moramos apenas a minha mãe e eu. Sei dos sacrifícios que ela fez para me criar. Pretendo aproveitar ao máximo essa oportunidade para aprender o que puder e conquistar uma carreira de sucesso”, contou a jovem, que sonha cursar Direito.
Já Hilary Estefani Pereira, também de 16 anos, vê o programa como um trampolim para realizar seu sonho de ser Policial Federal. “Vou me dedicar bastante e sei que essa experiência vai abrir novas portas para que eu possa seguir a carreira que eu quero e dar uma vida melhor para os meus pais”, declarou.
Formação integral para o futuro
O programa vai além do aspecto técnico, desenvolvendo habilidades comportamentais essenciais como responsabilidade, disciplina e assiduidade. A jornada será realizada de segunda a quinta-feira, das 14h às 18h, nas dependências do CNJ, com aulas complementares no Cesam às sextas-feiras, totalizando 24 meses de formação.
“Trazer o programa Adolescente-Jovem Aprendiz para o CNJ é um passo importante para a inclusão social e a formação de uma nova geração de profissionais qualificados”, afirmou Meg Gomes, chefe da Seção de Qualidade de Vida no Trabalho e Atenção Psicossocial do CNJ.
Durante a recepção, o ministro Barroso compartilhou uma reflexão poderosa com os jovens: “Buscar ser o melhor que podemos ser nos leva mais longe do que querer ser melhor do que o outro. Quem quer ser melhor do que os outros está olhando para o lado. Mas quem busca melhorar a si mesmo está olhando para frente”.
O programa, regulamentado pela Portaria CNJ n. 55/2025 e lançado em agosto deste ano, representa um marco na política de inclusão social do Judiciário brasileiro, oferecendo esperança e oportunidades concretas para uma geração que busca construir um futuro melhor.
Com informações do CNJ