Por Carolina Villela
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, se reuniu nesta terça-feira (7) com o relator da Reforma Administrativa, o deputado Pedro Paulo, para discutir os impactos da proposta sobre o Poder Judiciário. Logo após a reunião, a Corte divulgou uma nota em que Fachin manifestou apoio a uma reforma administrativa “ampla e genuinamente republicana” que abranja de forma simultânea todos os Poderes e instituições do Estado brasileiro.
O presidente do Supremo, que falou em nome do Poder Judiciário, destacou que o objetivo central deve ser o aperfeiçoamento do mérito, da transparência e da concorrência nos sistemas de ingresso ao serviço público, além de promover diversidade, integridade e assegurar a retenção de talentos por meio de remunerações justas e compatíveis com a função republicana.
Equilíbrio entre autonomia e compromisso público
O ministro ressaltou que a reforma administrativa precisa encontrar um equilíbrio delicado entre autonomia institucional e compromisso público.
“A reforma deve saber conciliar autonomia institucional com compromisso público, evitando tanto o isolamento corporativo quanto a submissão a lógicas burocráticas que não correspondem à natureza da função jurisdicional”, destacou.
O presidente do STF também ressaltou que a avaliação de resultados não pode converter-se em instrumento de pressão ou interferência sobre as decisões judiciais.
Garantias constitucionais são essenciais à democracia
Fachin reforçou que as garantias constitucionais dos magistrados – vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos – não representam privilégios pessoais, mas instrumentos indispensáveis à independência judicial. Essas proteções, segundo o presidente do STF, são fundamentais para assegurar que o Judiciário possa proteger direitos e liberdades dos cidadãos frente a eventuais arbitrariedades do poder político.
Segundo Fachin, questões relevantes relacionadas ao funcionamento da Justiça serão analisadas nas instâncias próprias do Poder, visando subsidiar os esforços realizados no Congresso Nacional.
“Aspectos relevantes que dizem respeito ao Sistema de Justiça serão devidamente analisados nas instâncias próprias, buscando subsidiar os esforços que vêm sendo realizados no Congresso Nacional, visando colocar o serviço público brasileiro em benefício da sociedade, e no patamar necessário às inovações tecnológicas que a contemporaneidade nos traz”.
Manifestação será encaminhada ao Congresso Nacional
O presidente do STF informou que uma manifestação oficial do Poder Judiciário será enviada às presidências da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Em sua conclusão, o ministro Edson Fachin defendeu que uma reforma administrativa verdadeiramente republicana e abrangente deve equilibrar eficiência e justiça social, combinando responsabilidade fiscal, valorização dos servidores e foco em resultados concretos para a sociedade.
Para o ministro, além de cortar custos, trata-se de reconstruir a capacidade do Estado de planejar, executar e entregar políticas públicas de forma moderna, transparente, justa e sustentável.