Por Carolina Vilella
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), nesta terça-feira (03) , após a parlamentar ter anunciado que deixou o país e foi para Itália inicialmente fazer um tratamento médico. A petição da PGR, protocolada na (AP) 2428, está sob sigilo, disponível apenas para visualização interna, e deve ser analisada pelo relator, ministro Alexandre de Moraes.
Em uma transmissão nas redes sociais, Zambelli confirmou que vai se licenciar do mandato. Ela afirmou que tem cidadania italiana e não pretende voltar ao Brasil. Com os perfis na internet bloqueados, a deputada passou a usar a conta da mãe dela.
Saída do país após condenação
Carla Zambelli deixou o país após ser condenada por unanimidade pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão em regime fechado pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O hacker Walter Delgatti Neto, corréu no processo, também foi condenado a 8 anos e 3 meses.
O passaporte da deputada havia sido apreendido em agosto de 2023 por decisão do ministro Alexandre de Moraes, mas foi posteriormente devolvido, não havendo restrições legais para que ela deixasse o país no momento da viagem.
Advogado desistiu do caso
No mesmo dia do anúncio, o advogado Daniel Bialski, que defendia a deputada, comunicou ao ministro Alexandre de Moraes que deixou o caso. Na petição de renúncia enviada ao STF, Bialski anexou conversas com a deputada informando a desistência da defesa por motivo de “foro íntimo”. Na mensagem enviada à deputada, o advogado se colocou à disposição para repassar informações necessárias ao substituto.
A renúncia do advogado ocorre em momento delicado, quando ainda cabem recursos contra a condenação. Antes de deixar a defesa, Bialski e Zambelli haviam criticado o fato de o julgamento ter ocorrido em plenário virtual, alegando comprometimento do direito à ampla defesa.