Preso na superintendência da Polícia Federal em Brasília, o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou nesta quinta-feira (28) uma crise de soluço que exigiu atendimento médico imediato. Segundo informações confirmadas por fontes da defesa e da Polícia Federal, o quadro foi controlado após orientações da equipe médica responsável pelo ex-presidente.
O episódio foi relatado inicialmente por Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, por meio da rede social X (antigo Twitter). O vereador informou que os médicos que acompanham Bolsonaro foram acionados ainda durante a tarde, mas não forneceu mais detalhes sobre a situação.
PF acionou médico por telefone; crise foi controlada
De acordo com apuração do portal UOL, a Polícia Federal entrou em contato telefônico com o médico Leandro Echenique, que faz parte da equipe pessoal de Jair Bolsonaro. Após receber as instruções, os agentes da PF ministraram os medicamentos indicados. O ex-presidente apresentou melhora logo após a medicação.
A crise de soluço não foi um evento isolado. Segundo Paulo Amador da Cunha Bueno, advogado de Bolsonaro, o ex-presidente já havia passado a noite anterior com o mesmo problema. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews nesta tarde.
Moraes autoriza atendimento médico contínuo
Diante da recorrência de episódios relacionados à saúde de Bolsonaro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou atendimento médico constante ao ex-presidente. A determinação permite que a equipe médica que o acompanha possa entrar na carceragem da PF a qualquer momento, sem necessidade de autorização judicial prévia.
Além disso, Moraes estabeleceu a presença de profissionais de saúde em regime de plantão, com a finalidade de garantir atendimento imediato sempre que necessário.
Condenação e estado de saúde agravam tensão
O ex-presidente cumpre pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, após decisão do STF. Durante audiência de custódia, Bolsonaro relatou que faz uso contínuo de cinco medicamentos — cujos nomes não foram revelados — e sofre de problemas como refluxo e apneia do sono.
A defesa de Bolsonaro havia solicitado, antes de sua prisão, que ele fosse autorizado a cumprir a pena em regime domiciliar, alegando motivos de saúde. O pedido, no entanto, foi negado pelo ministro Alexandre de Moraes, que afirmou que a solicitação não caberia diante do episódio de violação da tornozeleira eletrônica por parte do réu.
Episódio aumenta atenção sobre rotina do ex-presidente
A crise de soluço é apenas o mais recente episódio de uma série de complicações médicas que Jair Bolsonaro enfrenta desde que deixou a Presidência. O estado de saúde do ex-presidente tem sido apontado por seus aliados como motivo para flexibilizações na execução da pena.
Ainda assim, o endurecimento da postura do STF diante de irregularidades, como a quebra das condições do monitoramento eletrônico, tem dificultado qualquer tentativa de concessão de regime mais brando.
A permanência do ex-presidente sob custódia da PF em Brasília segue cercada de tensão política e jurídica, em meio a um cenário ainda polarizado nacionalmente.



