Gilmar Mendes é alvo de novo pedido de impeachment

Citado pela PF, Gilmar Mendes nega conversas com Bolsonaro

Há 4 meses
Atualizado terça-feira, 26 de agosto de 2025

O ministro Gilmar Mendes negou nesta segunda-feira ter conversado recentemente com o ex-presidente Jair Bolsonaro, após mensagens reveladas pela Polícia Federal mostrarem que o ex-mandatário pediu ao filho Eduardo para poupar o magistrado de ataques. Gilmar admitiu ser procurado por políticos de diversos espectros por atuar como “interlocutor”, mas descartou diálogos atuais com Bolsonaro sobre questões relacionadas ao julgamento da trama golpista.

As declarações ocorreram durante evento empresarial do grupo Esfera Brasil em São Paulo. O decano do STF também comentou o atrito público entre os ministros Alexandre de Moraes e André Mendonça na última sexta-feira.

Ministro admite conversas passadas mas nega diálogos recentes

“Nesses tempos não [conversei com Bolsonaro], mas tive muitas conversas com ele no passado”, declarou Gilmar Mendes aos jornalistas. O ministro explicou que recebe “interlocutores de todos os lados” da política há muito tempo.

As mensagens anexadas pela PF ao relatório que pediu indiciamento de Bolsonaro e Eduardo mostram o ex-presidente orientando o filho a poupar Gilmar de críticas. “Agora, por que ele determinou que não fizesse crítica a mim? Talvez porque eu sou interlocutor”, avaliou o magistrado.

Gilmar defende unidade institucional do STF

O decano comentou o embate público entre Moraes e Mendonça ocorrido na sexta-feira. Em evento no Rio, Mendonça defendeu “autocontenção” do Judiciário, enquanto Moraes respondeu que “somente nas autocracias o autocrata pode exercer liberdade sem limites”.

“Nós não podemos perder a noção de unidade da corte, da institucionalidade da corte”, afirmou Gilmar Mendes. Segundo ele, o STF construiu “uma das cortes mais reconhecidas e poderosas do mundo”, conforme pesquisadores internacionais.

Presidente do PL anuncia recurso para devolver elegibilidade a Bolsonaro

Antes da palestra de Gilmar, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, declarou que tentará apresentar novo recurso ao TSE em 2026 para restaurar a elegibilidade de Bolsonaro. A estratégia considera que Kassio Nunes Marques presidirá a corte eleitoral naquele ano.

Questionado sobre a declaração de Valdemar, Gilmar foi cauteloso. “Não vou emitir juízo sobre isso, mas reputo que a decisão do TSE sobre inelegibilidade já transitou em julgado”, respondeu aos jornalistas.

Mensagens da PF revelam orientações sobre ataques ao STF

As conversas entre Bolsonaro e Eduardo reveladas pela investigação fazem parte do inquérito sobre obstrução ao julgamento da trama golpista. A PF pediu indiciamento da dupla na semana passada por tentativa de coagir autoridades que investigam o ex-presidente.

Nas mensagens, Bolsonaro afirmou estar em conversas com ministros do STF e orientou Eduardo a moderar ataques contra Gilmar Mendes. O episódio evidencia estratégia para influenciar julgamentos no Supremo.

Ministro ressalta importância da institucionalidade

Gilmar enfatizou o “esforço” liderado pelo presidente Luís Roberto Barroso para manter a coesão institucional. “A corte é forte como instituição”, declarou o ministro ao evento empresarial.

O magistrado evitou aprofundar comentários sobre questões específicas relacionadas aos processos envolvendo Bolsonaro. Preferiu destacar o papel histórico do STF na consolidação democrática brasileira nas últimas décadas.

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