Por Hylda Cavalcanti
A Justiça italiana adiou mais uma vez o julgamento de solicitação da defesa da ex-deputada Carla Zambelli para acrescentar novas provas no pedido de extradição dela, feito pelo governo brasileiro ao governo da Itália. Esse foi o terceiro adiamento sobre o caso, pela Corte de Apelação em Roma. Uma provável data para o julgamento pode ser 20 de janeiro de 2026, mas ainda não foi confirmada.
No primeiro adiamento, em novembro, os advogados de Zambelli aderiram a uma greve de advogados em Roma. No segundo, apresentaram novos documentos com o argumento de que o pedido de extradição, assim como as condenações impostas à ex-deputada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), tiveram motivações políticas — o que fez com que não houvesse prazo hábil para a avaliação de todo o material.
Condenada duas vezes
Zambelli foi condenada duas vezes pelo STF por motivos diferentes. Numa delas, por ter invadido o sistema de Tecnologia da Informação (TI) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), (AP) 2428 e no outro julgamento, por ter corrido atrás de um jornalista apontando uma arma para ele e fazendo ameaças, nas vésperas das eleições de 2022 (AP) 2415.
Na semana passada, a então parlamentar teve seu pedido de cassação rejeitado pela Câmara dos Deputados, mas decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, depois referendada por toda a Corte, revogou a rejeição da casa legislativa e manteve a perda do cargo políticco. No último domingo (14/12), Zambelli renunciou ao mandato.
Foragida na Itália
Ela está na Itália, para onde fugiu, desde maio passado, e é considerada foragida da Justiça brasileira. Após a prisão, a ex-deputada chegou a afirmar que preferia ser julgada por aquele país e que não teve envolvimento com a invasão do sistema do CNJ. A Justiça italiana, porém, decidiu manter a sua prisão durante o julgamento, por considerar que havia risco de fuga.
Caso a Corte de Apelação negue a extradição, Zambelli possivelmente sairá da prisão. Mas mesmo se a decisão for pela sua extradição, o retorno dela ao Brasil não acontecerá de imediato. A decisão terá de ser avaliada e chancelada, antes, pelo Governo da Itália, a quem cabe a última posição a respeito do caso.
— Com informações do STF e de agências de notícias


