Da Redação
O Departamento de Estado dos Estados Unidos emitiu uma condenação formal à decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração oficial, divulgada pelo Bureau de Assuntos do Hemisfério Ocidental, representa uma escalada diplomática sem precedentes na relação entre os dois países.
Em comunicado nas redes sociais, o governo americano classificou Moraes como “abusador de direitos humanos sancionado pelos EUA” e prometeu responsabilizar todos os que colaborarem com as condutas do ministro do STF.
“Deixem Bolsonaro Falar!”
A manifestação oficial dos Estados Unidos marcou o posicionamento mais duro do país contra uma autoridade brasileira em décadas. O Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental utilizou linguagem direta ao afirmar que Moraes “continua a usar as instituições do Brasil para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”.
A frase “Deixem Bolsonaro falar!” tornou-se o símbolo da posição americana, demonstrando o apoio explícito à liberdade de expressão do ex-presidente. O governo Trump promete ampliar as sanções econômicas e políticas contra autoridades brasileiras que apoiem as decisões consideradas autoritárias pelo Departamento de Estado.
Contexto da Prisão Domiciliar Determinada por Moraes
A decisão de Alexandre de Moraes foi motivada pelo que o ministro considerou “reiterado descumprimento das medidas cautelares” por parte de Bolsonaro. O estopim foi a participação do ex-presidente, via telefone, em uma manifestação realizada em Copacabana no último domingo, onde discursou através de seu filho Flávio Bolsonaro, que publicou o vídeo nas redes sociais.
Moraes argumentou que essa conduta violou diretamente as restrições impostas em julho, que incluíam a proibição de uso de redes sociais, mesmo por meio de terceiros. A prisão domiciliar inclui o confisco de celulares, proibição de visitas (exceto advogados) e manutenção da tornozeleira eletrônica.
Repercussões Internacionais e Cenário Político Futuro
A reação americana sinaliza uma possível crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, com Washington preparando um plano estruturado de sanções escalonadas. Segundo fontes diplomáticas, o Departamento de Estado possui respostas predefinidas para cada ação do STF ou do governo brasileiro, incluindo a extensão das sanções da Lei Magnitsky para outros ministros do Supremo Tribunal Federal.
O cenário político interno também se intensifica, com manifestações de apoio a Bolsonaro em diversas cidades brasileiras e críticas crescentes ao que os aliados do ex-presidente chamam de “perseguição política”. A situação coloca o governo Lula em posição delicada nas relações bilaterais, especialmente considerando as ameaças tarifárias já impostas por Trump ao Brasil.