Justiça condena empresas por assédio após depoimento emocionado de operador

Há 2 meses
Atualizado sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Da Redação

Duas empresas de um mesmo grupo econômico foram condenadas a pagar R$ 15 mil de indenização a um operador de máquinas vítima de assédio moral e sexual. A decisão da Quinta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve sentenças anteriores baseadas principalmente no depoimento do trabalhador, considerado sincero e consistente pelos juízes.

O que aconteceu

O operador, nordestino, relatou que passou a sofrer abusos três meses após ser contratado. O gerente começou com brincadeiras inadequadas, partiu para xingamentos como “desgraçado” e apelidos xenofóbicos (“comedor de farinha”), até chegar a toques constrangedores de teor sexual. O supervisor questionava a orientação sexual do funcionário e passava a mão nas nádegas dele.

Durante a audiência, o trabalhador se emocionou ao relatar os fatos. O juiz de primeira instância registrou que ele demonstrou “emoção sincera, choro com prisão da respiração”, além de abaixar a cabeça por constrangimento. Esse comportamento reforçou a credibilidade do depoimento.

As empresas negaram as acusações e alegaram que cabia ao trabalhador provar o que havia relatado. Um representante afirmou que o operador nunca reclamou do assédio antes da ação judicial e que não houve apuração interna dos fatos nem mesmo após o processo ser iniciado.

Por que a condenação foi mantida

O Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais e, depois, o TST consideraram o depoimento da vítima convincente e valorizado corretamente pelo juiz de primeiro grau. O relator do caso no TST, ministro Breno Medeiros, destacou que as empresas não tinham medidas de prevenção e combate ao assédio — o que pesou contra elas.

A jurisprudência do TST reconhece que, em casos de assédio sexual, o depoimento da vítima tem peso especial devido às circunstâncias em que essas violências costumam ocorrer, geralmente sem testemunhas.

Para os tribunais, a omissão das empresas em apurar as denúncias e oferecer suporte ao empregado agravou a culpa. A condenação foi definida em maio de 2024, e a decisão final do TST, de outubro de 2025, rejeitou os últimos recursos do grupo econômico.

Autor

Leia mais

Ministro do STF Dias Toffoli ficado no julgamento

STF autoriza diligências preliminares em apuração sobre o Banco Master

Há 5 horas
Bolsonaro apontando dedo para frente e Alexandre de Moraes com visionomia séria

Moraes envia exames de Bolsonaro para perícia médica que acontece nesta terça-feira

Há 5 horas
Presidente do STM , ministra Maira Elizabeth Teixeira Rocha mulher banca sentada vestindo camisa branca e blazer preto, falando ao micofone

Presidente do STM defende necessidade de um código de conduta para magistrados brasileiros

Há 7 horas
imagem azul de uma bolinha cheia de espinhos sugerindo um vírus

OMS alerta para avanço da variante K do vírus influenza no mundo e destaca grupo de risco

Há 7 horas
Ministro Antonio Saldanha Palheiro, do STJ, durante sessão da 6ªa Turma

STJ tem rejeitado cada vez mais HCs interpostos antes do julgamento de processos que tramitam em instâncias inferiores

Há 8 horas
A foto mostra o deputado Alexandre Ramagem. Ele é um homem branco com cabelos escuros.

Moraes determina que Ministério da Justiça providencie pedido de extradição de Ramagem dos EUA

Há 8 horas
Maximum file size: 500 MB