Da Redação
A política venezuelana María Corina Machado foi anunciada nesta sexta-feira como vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2025, em reconhecimento à sua luta pela democracia na Venezuela. O comitê norueguês destacou Machado como uma “corajosa e comprometida defensora da paz” que “mantém a chama da democracia acesa em meio a uma crescente escuridão”, em referência à crise política e humanitária que assola o país sul-americano.
O anúncio foi feito por Jørgen Watne Frydnes, presidente do Comitê Norueguês do Nobel, no Instituto Norueguês do Nobel, em Oslo. A premiação ganhou contornos políticos adicionais devido à pressão exercida por Donald Trump, que manifestou publicamente sua frustração por nunca ter recebido a honraria, diferentemente de quatro de seus antecessores na Casa Branca, incluindo Barack Obama. O episódio levantou questionamentos sobre a independência do comitê em meio a pressões geopolíticas.
Perfil da vencedora
María Corina Machado, engenheira industrial de formação, consolidou-se como uma das vozes mais contundentes da oposição venezuelana ao regime de Nicolás Maduro. Fundadora do movimento Vente Venezuela, ela tem defendido de forma incansável o retorno da democracia ao país, enfrentando perseguição política, intimidação e restrições impostas pelo governo venezuelano.
Conhecida por sua postura inflexível contra o autoritarismo, Machado ganhou projeção internacional ao denunciar violações de direitos humanos e a deterioração das instituições democráticas na Venezuela. Sua luta pela realização de eleições livres e transparentes tornou-se símbolo de resistência para milhões de venezuelanos dentro e fora do país.
A escolha de Machado pelo comitê norueguês reforça o papel do Nobel da Paz como instrumento de apoio a defensores da democracia em regimes autoritários, seguindo a tradição de laureados como Nelson Mandela e o ativista chinês Liu Xiaobo.
Contexto da premiação
Este ano, o comitê avaliou 338 candidatos, sendo 244 indivíduos e 94 organizações. A decisão ocorre após o movimento japonês de sobreviventes da bomba atômica Nihon Hidankyo ter recebido o prêmio em 2024.
Com a escolha de Machado, o Nobel da Paz reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos humanos e da democracia, lançando luz sobre a crise venezuelana em um momento crucial para o futuro político da América Latina.



