A conquista do primeiro Oscar do Brasil com o filme Ainda estou Aqui, de Walter Salles, foi comemorada por autoridades dos três Poderes. Além do presidente Lula e dos presidentes da Câmara e do Senado, os ministros Luís Roberto Barroso, Flávio Dino e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, parabenizaram a equipe de produção e comemoraram o prêmio por meio das redes sociais.
“Hoje é o dia de sentir ainda mais orgulho de ser brasileiro. Orgulho do nosso cinema, dos nossos artistas e, principalmente, orgulho da nossa democracia”, afirmou Lula, em rede social, logo após o anúncio do Oscar de Melhor Filme Internacional para o fime brasileiro.
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, escreveu um texto com o títuto “A arte existe porque a vida não basta”, do poeta falecido Ferreira Gullar. “O Oscar recebido por ‘Ainda Estou Aqui’ premia a direção, os atores e reverencia uma história de resistência e superação que não deve ser esquecida”, destacou o magistrado.
“Ditaduras vêm com intolerância, violência, tortura e desaparecidos. A Walter Salles, Fernandas (Torres e Montenegro), Selton Mello e elenco, o aplauso orgulhoso de todos os que apreciam a arte feita com sensibilidade, amor e talento”, acrescentou Barroso.
O ministro Flávio Dino fez uma postagem ilustrada pela capa do livro que deu origem ao filme, do escritor Marcelo Paiva. Dino frisou que por meio de múltiplos prêmios, dentre os quais o Oscar, as formas literária e cinematográfica – entrelaçadas – sublinharam a grandiosidade da cultura brasileira.
“Celebramos com Walter Salles, Fernanda Torres, Selton Mello e todos os demais fazedores dessa vitória tão especial. E, claro, com a base desse monumental edifício artístico: o livro de Marcelo Rubens Paiva”, enfatizou.
O ministro Gilmar Mendes, decano do STF, não se posicionou oficialmente, mas repostou elogios que fez sobre a produção no último dia 14 de janeiro, quando o filme foi oficialmente indicado para o Oscar. Mendes disse, na ocasião, que Eunice Paiva é símbolo da resistência democrática e que o período da ditadura não pode ser esquecido.
“Mulher corajosa e dedicada que tive a honra de ter ao lado no Conselho da Fundação Petrônio Portella, durante o governo do presidente José Sarney. Revê-la nas telas em ‘Ainda Estou Aqui’, com a atuação premiada de Fernanda Torres, é lembrete para nunca nos esquecermos dos arbítrios da ditadura”, afirmou.
Já o Advogado-geral da União, Jorge Messias, publicou uma frase de Ulysses Guimarães no discurso de promulgação da Constituição de 88: “A sociedade foi Rubens Paiva. Não os facínoras que o mataram.” Abaixo da frase, Messias acentuou que “o filme faz Justiça a Rubens Paiva e nos convida a jamais esquecer aquele período”.