“Não há espaço para atentar contra o Estado Democrático de Direito”, diz Fachin

Há 11 meses
Atualizado sexta-feira, 15 de agosto de 2025

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Edson Fachin – representante da Corte durante a solenidade que marcou dois anos dos atos golpistas em Brasília – afirmou que os ataques de 8 de janeiro precisam ser “sempre lembrados, para que não se repitam”. E que  os magistrados “têm o dever de responsabilizar aqueles que tentaram violar suas normas”.

O ministro ressaltou que o STF “teve e tem papel decisivo na defesa da democracia”, mas que a função do Supremo não é de protagonismo. 

“O Brasil mostrou ter uma democracia robusta, que não há espaço na Constituição para atentar contra o Estado Democrático de Direito. A democracia é o regime da tolerância, da diferença, do pluralismo, do dissenso, mas não é direito assegurado pela Constituição atentar contra as condições de existência da própria democracia”, destacou.

“Cabe sempre observar o limite da Constituição. Ao Direito o que é do Direito, e à política o que é da política. A Constituição estabeleceu que o jogo é o da democracia e, numa democracia, não cabe ao árbitro construir o resultado. O juiz não pode deixar de responsabilizar quem violou as regras do jogo, mas não lhe cabe dizer quem vai ganhar”, acrescentou o vice-presidente do STF.

“Maturidade institucional”

Durante a solenidade, Fachin leu uma mensagem enviada pelo presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, que não pôde comparecer. No texto, Barroso qualificou os atos de 8 de janeiro como “uma tentativa de golpe de Estado e uma expressão do sentimento antidemocrático”.

“Relembrar esta data, com a gravidade que o episódio merece, constitui, também, um esforço para virarmos a página, mas sem arrancá-la da história. A maturidade institucional exige a responsabilização por desvios dessa natureza. Ao mesmo tempo, porém, estamos aqui para reiterar nossos valores democráticos, nossa crença no pluralismo e no sentimento de fraternidade. Há lugar para todos que queiram participar sob os valores da Constituição”, escreveu o magistrado.

Na mensagem, Barroso também alertou para o que chamou de “o perigo de discursos extremistas que buscam deslegitimar o enfrentamento ao golpismo”.

“No Brasil e no mundo está sendo insuflada a narrativa falsa de que enfrentar o extremismo e o golpismo, dentro do Estado de Direito, constituiria autoritarismo. É o disfarce dos que não desistiram das aventuras antidemocráticas, com violação das regras do jogo e supressão de direitos humanos. A mentira continua a ser utilizada como instrumento político naturalizado. Não virão tempos fáceis. Mas precisamos continuar a resistir”, acentuou.

 

Autor

Leia mais

imagem de maos segurando e apostando em celular com desenho de um campo de futebol com bola

Fux convoca audiência de conciliação sobre regulamentação de apostas esportivas

Há 5 horas
Sessão da 3ª Turma do STJ

STJ nega imunidade parlamentar a vereador condenado por danos morais por ofender PcD

Há 5 horas
Ministra Nancy Andrighi do STJ

Liberdade de imprensa é legítima se conteúdo transmitido for verdadeiro, de interesse público e não violar imagens, diz STJ

Há 7 horas
plenario da primeira turma do STF no julgamento do nucleo 2 de 16 12 25

Primeira Turma encerra 2025 com 810 condenações por atos golpistas e ataque à democracia

Há 7 horas
cinco réus condenados na AP 2693 pelo STF sendo uma mulher e quatro homens

STF condena cinco réus do Núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado

Há 7 horas
homem branco, de pé discursando da tribuna da Câmara dos Deputados, veste terno cinza, camisa branca e gravata azul

Deputado federal e secretário do Pará são alvos de operação contra suposto esquema de corrupção

Há 11 horas