“O juiz precisa de tempo para pensar nos processos que avalia e nas suas decisões”. Foi com esta frase que o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Herman Benjamin, lançou nesta terça-feira (11/02) a nova ferramenta de Inteligência Artificial da Corte, intitulada STJ/Logos. Benjamin destacou que o programa consiste num marco na trajetória do Tribunal. E por ser uma inteligência artificial generativa, consiste num sistema que “aprende por si próprio”, sempre tendo como destinatário final o julgador.
“O magistrado é sempre o destinatário final destas informações. Não vamos passar por um sistema de decisões mecânicas que dispense a presença do juiz. Queremos o contrário: desenvolvemos um sistema no qual teremos o máximo de controle, mas sempre com supervisão humana”, enfatizou o presidente da Corte.
Ele explicou que o trabalho foi desenvolvido por um rigoroso padrão de proteção de dados e vai contribuir fortemente para a agilidade do andamento processual do Tribunal. “Em dezembro passado, para se ter ideia, o STJ emitiu mais de 700 mil decisões. Isso representa uma decisão a cada quatro minutos e meio. Mesmo com a inteligência artificial não conseguiremos garantir uma jurisdição com o tempo necessário que o juiz precisa para pensar”, frisou.
O ministro ressaltou que até hoje o que o Tribunal tinha era um sistema de automação básica, que a partir de agora será substituído pela IA regenerativa. “Essa é a grande mudança que estamos implementando aqui, uma coisa que alguns anos atrás imaginávamos como ficção científica”, disse.
Benjamin agradeceu aos antigos gestores e lembrou que o STJ vem fazendo inovação nos seus sistemas tecnológicos desde 2018, o que permitiu que se chegasse ao programa lançado hoje.
De São Paulo, onde participa de uma correição, o vice-presidente da Corte, ministro Luiz Felipe Salomão, afirmou que o STJ/Logos é ferramenta que em muito contribuirá para os trabalhos dos magistrados. Realizada no salão nobre do STJ, a solenidade contou com a presença de ministros, representantes de outros Tribunais e dirigentes de instituições diversas.